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Petrobras é excluída de índice "verde" da Bolsa
Decisão da Bovespa ocorre após críticas de ONGs à estatal
DA REPORTAGEM LOCAL
A Petrobras foi retirada da
carteira do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), divulgada pela BM&F Bovespa. A
exclusão ocorreu após questionamento de organizações ambientalistas e dos governos de
São Paulo e Minas Gerais pelo
fato de a gigante estatal ter se
recusado a cumprir uma norma
federal que a obrigava a vender
óleo diesel mais limpo.
Além da Petrobras, também
deixaram de fazer parte do novo ISE as empresas Aracruz,
CCR Rodovias, Copel, Iochpe-Maxion e WEG.
O ISE é um índice composto
por ações de companhias que
têm alto grau de comprometimento com sustentabilidade e
responsabilidade social. Para a
criação da nova carteira do índice, houve uma seleção entre
as 51 empresas que responderam a um questionário desenvolvido pelo Centro de Estudos
em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas.
No lugar das companhias que
saíram, entraram os papéis de
TIM, Telemar, Unibanco, Celesc, Duratex e Odontoprev.
O ISE é composto por 38 papéis de 30 companhias, que representam um valor de mercado de R$ 372 bilhões. O montante corresponde a 30,7% da
capitalização total das empresas listadas na Bovespa.
A Petrobras é a maior companhia da Bolsa. Seu valor de
mercado era de R$ 186,38 bilhões no último dia 24.
Uma coalizão de ONGs e governos questionou a permanência da estatal na lista do
ISE. Fizeram parte do grupo
Fábio Feldmann, do Fórum
Paulista de Mudanças Climáticas, e Oded Grajew, do Movimento Nossa São Paulo.
O principal argumento do
grupo foi o descumprimento da
resolução 315 do Conama
(Conselho Nacional do Meio
Ambiente), que determinava
que, a partir de janeiro de 2009,
o diesel distribuído no país deveria ser mais limpo.
Hoje, o diesel no interior possui 2.000 ppm (partes por milhão) de enxofre, e o das regiões
metropolitanas, 500 ppm. Se a
resolução fosse respeitada, deveria ser abaixado para 50 ppm.
"Essa decisão mostra que
não basta que as empresas sejam viáveis economicamente,
elas precisam de uma licença
na sociedade para operar com
responsabilidade socioambiental. Uma empresa como a Petrobras, que não cumpre nem a
legislação, não pode ser considerada um modelo", diz Marcelo Furtado, diretor do Greenpeace.
Em abril deste ano, o Conar
(Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária)
decidiu suspender a veiculação
de dois comerciais em que a Petrobras destacava suas ações de
preservação do ambiente. O
conselho acatou o argumento
de que se tratava de propaganda enganosa da empresa.
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