São Paulo, quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bolsa de SP sobe 0,89% e alcança maior nível do ano

Economia dos EUA anima, e ações sobem pelo mundo

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa cravou novo patamar recorde no ano após registrar valorização de 0,89% no pregão de ontem. Aos 67.917 pontos, a Bolsa está agora em seu mais elevado nível desde junho de 2008. Isso significa que os preços médios das ações estão em seus patamares mais altos em 17 meses.
Dados econômicos norte-americanos colaboraram, e os mercados globais aproveitaram para se recuperar das perdas de terça-feira. A maioria das Bolsas terminou em alta ontem. O índice americano Dow Jones subiu 0,29%. A Bolsa de Londres teve valorização de 0,77%, seguida por Frankfurt, que marcou ganhos de 0,58%.
A diminuição no número de pedidos de seguro-desemprego na última semana nos EUA e o aumento do consumo e da renda pessoal no país foram recebidos com animação.
"Os dados americanos serviram de motivo para o mercado ter um pregão forte. O dia apenas não foi melhor devido à notícia envolvendo uma empresa de Dubai. Como amanhã [hoje] é feriado nos EUA, muitos investidores anteciparam as compras", diz George Sanders, gestor de renda variável da Infinity Asset. "Pode esperar por um dia morno amanhã [hoje], com grandes investidores internacionais fora do mercado."
O mercado foi surpreendido pela notícia de que o conglomerado Dubai World anunciou que busca congelar por seis meses o pagamento de sua dívida bilionária.
Como tem ocorrido nos dias positivos no mercado, as commodities se apreciaram e o dólar perdeu valor. No mercado de câmbio doméstico, a moeda americana encerrou com queda de 0,58%, cotada a R$ 1,726.
O índice Ibovespa passou a acumular valorização de 10,35% em novembro. No ano, os ganhos chegam a 80,87% -a mais forte alta desde os 97,3% registrados em 2003.
Os papéis de Vale e Petrobras, que representaram aproximadamente 25% do total negociado na Bolsa de Valores de São Paulo ontem, terminaram com ganhos, em sintonia com o resultado das commodities.
Enquanto o barril do petróleo subiu 2,55% em Nova York, cotado a US$ 77,96, as ações preferenciais da Petrobras terminaram com alta de 0,76%. Vale PNA subiu 0,62%.
A decisão do governo de manter medidas de estímulo à economia, como a de prorrogar a desoneração de IPI para o setor moveleiro e de material de construção, colaborou para o clima positivo no mercado. As ações da Duratex, importante fabricante de painéis de madeira, encerraram as operações com ganhos de 4,18% -a terceira maior alta do dia.
Ações de bancos também se destacaram: Itaú Unibanco subiu 1,83%, e Bradesco PN, 0,41%. Em relatório apresentado ontem, a agência Moody's afirmou que os níveis de capitalização dos bancos brasileiros suportaram bem a crise e tendem a melhorar ainda mais daqui para a frente.

Crédito e juros
No pregão de juros da BM&F, o dia foi de alta nos contratos mais negociados. Em meio à notícia de que o crédito se expandiu mais fortemente em outubro, a taxa de juros projetada nos papéis com vencimentos mais longos subiram.
No contrato que vence em janeiro de 2011, a taxa foi de 10,14% para 10,19% anuais. A atual taxa básica da economia, a Selic, está em 8,75% anuais. O mercado espera que o Banco Central volte a elevar os juros no próximo ano.
Ontem o BC informou que a relação entre o montante de crédito no país e o PIB alcançou o recorde de 45,9%.


Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: Degenerou
Próximo Texto: Vaivém das commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.