São Paulo, terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Preocupada, indústria apela ao presidente Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Preocupada com o aumento do preço da energia no mercado de curto prazo, a indústria começa a se movimentar. A Fiesp enviou carta ao presidente Lula propondo "revisão" no modelo do setor elétrico. "Existem preocupações da indústria. É um problema grave que precisa ser resolvido", avalia Saturnino Sérgio da Silva, diretor do Departamento de Infra-Estrutura da Fiesp. "A insegurança é total, quem está tentando contratar energia para 2009 não está conseguindo."
Na avaliação do diretor da Fiesp, os baixos preços da energia no período pós-racionamento, o surgimento do mercado livre e das comercializadoras de energia incentivaram parte da indústria a migrar das distribuidoras (mercado cativo) para o mercado livre. Silva admite, no entanto, que a própria indústria tem culpa na situação atual. "A energia que estava sobrando não deveria ter sido comercializada a preços tão baixos. A indústria tem culpa, porque quando você especula, você corre risco", afirma.
Segundo o diretor, agora é preciso estimular o aumento da oferta de energia, para que os preços não aumentem demais, e cuidar do modelo para evitar que esse tipo de problema volte a acontecer no futuro. "Essa não é uma forma saudável de desenvolver a indústria", diz.
De acordo com Patrícia Arce, diretora-executiva da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e de Consumidores Livres), o governo deveria destinar, nos leilões para venda de energia das geradoras, uma fatia para abastecer o mercado livre, que, segundo ela, não recebe a atenção devida do governo.


Texto Anterior: Governo vê risco de aumento de preço
Próximo Texto: Sem maquiagem, balanço auxilia gestão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.