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GMAC vira banco para ter socorro do Fed
Novo status permite à financeira acesso a fundo de US$ 700 bi para socorro a bancos, do qual pode levar US$ 6 bilhões
Para viabilizar a mudança, Fed teve de usar "poderes emergenciais", e os atuais controladores terão de reduzir suas participações
Jonathan Ernst - 4.dez.08/Reuters
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O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, faz pronunciamento na sede do banco central americano, em Washington
DA REDAÇÃO
A financeira da General Motor, a GMAC, conseguiu a aprovação do Federal Reserve (BC
dos EUA) para se tornar uma
holding bancária. Com o novo
status, a GMAC pode se candidatar a uma injeção de capital
do governo norte-americano
por meio do fundo de socorro
aos bancos de US$ 700 bilhões.
Entre os outros benefícios de
ter se tornado uma holding
bancária está o seguro sobre
depósitos de até US$ 250.000
por conta bancária, obtido do
Federal Deposit Insurance
Corp (FDIC, órgão garantidor
dos depósitos bancários). A
empresa já tem uma unidade
bancária, o GMAC Bank, que
recebe depósitos de consumidores. O FDIC também tem um
programa de seguros sobre a dívida emitida pelos bancos em
até três anos.
O jornal "The New York Times" estimou que a GMAC pode conseguir até US$ 6 bilhões,
citando a fórmula usada pelo
Tesouro para injetar capital
nos bancos. A porta-voz da empresa Gina Proia, no entanto,
disse que não há garantias de
que a GMAC vá obter dinheiro
do Programa de Ajuda a Ativos
Problemáticos (TARP, pelas
iniciais em inglês), do Tesouro
norte-americano.
O socorro à GMAC é um passo importante para salvar a
GM, que recebeu um socorro
temporário neste mês de US$
9,4 bilhões. O empréstimo deve
manter a GM operando pelo
menos até janeiro, quando o
presidente eleito dos EUA, Barack Obama, terá que encontrar uma forma permanente de
proteger milhões de empregos
na indústria automobilística
norte-americana e evitar o
agravamento da recessão, que
já dura um ano.
Segundo as concessionárias e
os analistas do setor, o socorro
à montadora terá maior probabilidade de funcionar se a
GMAC continuar a conceder
crédito para o financiamento
de automóveis, o que a medida
adotada pelo Fed garante.
Para aprovar a mudança de
status da GMAC, o Federal Reserve teve de utilizar "poderes
emergenciais" obtidos para lidar com a crise nos mercados,
alegando que a medida se justifica devido às turbulências financeiras e ao impacto potencial da mudança sobre a GM, a
maior montadora de automóveis dos EUA. A GM advertiu
recentemente que está ficando
sem dinheiro para manter suas
operações no país.
A declaração do Fed diz que o
plano "vai beneficiar o público
em geral, ao fortalecer a capacidade da GMAC de financiar as
compras de veículos da GM."
A GMAC financia 75% do estoque das concessionárias da
GM e, no ano passado, respondeu pelo financiamento de 35%
de seus clientes no varejo. A
instituição ficou fora dos mercados de crédito deste ano, depois de ter acumulado US$ 7,9
bilhões em prejuízos desde
meados de 2007.
Ceder Participações
A mudança de status também implicou em uma alteração no controle da GMAC.
Para se tornar um banco, a
GM e a empresa de private
equity [participação em empresas] Cerberus Capital Management, acionista majoritária da GMAC, tiveram de abrir
mão do controle da financeira,
como exigem as regras federais
sobre a propriedade de bancos.
"Sem dúvida, estamos muito
satisfeitos", disse a porta-voz
da GMAC, Gina Proia. "Acreditamos que este seja um passo
significativamente positivo na
história da GMAC." O porta-voz da GM, Greg Martin, disse
que a montadora, sediada em
Detroit, também ficou satisfeita. O porta-voz da Cerberus,
Peter Duda, recusou-se a fazer
comentários, e um representante do Tesouro norte-americano não estava disponível para
comentar o assunto.
A GM era a única dona da
GMAC até 2006, quando vendeu uma participação de 51%
para um grupo liderado pela
Cerberus, fundo de private
equity sediado em Nova York.
Como parte do acordo fechado
anteontem, a GM vai reduzir a
sua participação na GMAC para menos de 10% e transferir o
que restar a um fundo independente, que vai dispor dessa participação num prazo de três
anos. Os fundos da Cerberus,
que detêm participações na
GMAC, vão distribuí-las para
os seus investidores.
As ações da GMAC com direito a voto da Cerberus serão
reduzidas a menos de 15%, ou
33% do total da GMAC. Nenhuma parte terá mais de 5% dos
votos ou 7,5% do total de ações.
O Fed também exigiu que a
Cerberus rompa as ligações entre o seu pessoal e a GMAC.
Com agências internacionais
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