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MERCADO DE TRABALHO
Previsão é que demissões continuem ocorrendo nas fábricas em 99; produção de veículos deve cair
Montadoras reduzem nível de emprego
da Reportagem Local
As montadoras de veículos enxugaram seus quadros de funcionários em 98 e devem continuar demitindo a partir de janeiro.
Em novembro passado, o nível
de emprego nas montadoras foi o
mais baixo desde 1973 -menos de
100 mil empregados.
As fábricas fecharam cerca de 10
mil postos de trabalho no ano, em
todo o país. No ABC, o movimento
não fugiu à regra.
A Ford, por exemplo, anunciou
na semana passada que vai demitir
2.800 funcionários da fábrica de
São Bernardo em 4 de janeiro.
Além disso, a montadora quer
afastar temporariamente 500 funcionários da fábrica de Taubaté,
com redução de salário durante o
período de afastamento.
A Mercedes-Benz demitiu 500
funcionários contratados por tempo determinado e abriu um programa de demissões voluntárias.
A Volkswagen, que fechou acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para evitar demissões
em massa, desligou cerca de 4.000
funcionários em 98 também por
meio de um programa de demissões voluntárias.
A empresa vai demitir cerca de
5.000 funcionários nos próximos
cinco anos, conforme negociação
com o sindicato.
A Scania, fabricante de caminhões, também demitiu cerca de
280 trabalhadores em 98.
Outra montadora, a General Motors, conseguiu a adesão de aproximadamente 2.000 funcionários ao
seu programa de demissões voluntárias nas fábricas de São Caetano
do Sul e de São José dos Campos.
"Cerca de 10 mil metalúrgicos foram demitidos neste ano e em 99
muitos podem perder o emprego",
afirma Luiz Marinho, presidente
do Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC, citando apenas os números
de sua base de atuação.
No caso do setor automotivo, as
montadoras deverão fechar o ano
com produção de 1,6 milhão de
unidades, cerca de 20% a menos
do que o produzido em 97.
Para 99, as estimativas variam,
mas existe projeção de produção
de apenas 1,1 milhão de unidades,
segundo Marinho. Esse volume é
cerca de 45% inferior ao previsto
para este ano.
"Essas previsões podem gerar redução da mão-de-obra na mesma
proporção", avalia o presidente do
sindicato do ABC.
As demissões já anunciadas na
Ford, de 2.800 funcionários a partir de janeiro, representam 41% do
total de empregados na fábrica da
montadora de São Bernardo.
As férias coletivas neste final de
ano foram prolongadas e, em algumas empresas, ocorreram em várias oportunidades no ano, especialmente no segundo semestre.
Logo no início de janeiro, o sindicato vai preparar uma série de
ações para tentar abrir negociações com a Ford e evitar as demissões.
(MAURICIO ESPOSITO)
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