|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Grupo brasileiro toma US$ 40 bi emprestados à véspera da crise
DA REPORTAGEM LOCAL
A Parmalat Participações do
Brasil, uma das holdings que controla os negócios do grupo italiano no país, captou US$ 40 milhões com dois bancos internacionais e refinanciou uma dívida
de US$ 18,08 milhões, às vésperas
da crise da matriz, deflagrada em
novembro. A dívida total do grupo no Brasil chega a R$ 1,8 bilhão.
Os empréstimos -contratados
em setembro e outubro- têm como garantias notas promissórias
emitidas pela holding brasileira
que contam com aval da Parmalat
SpA, a controladora italiana. Segundo analistas, diante da crise da
matriz, o aval não vale mais nada.
Andrea Ventura, representante
da Parmalat SpA no Brasil e administrador da holding local, disse à
Folha, por telefone, da Itália, que
"não houve movimentação de dinheiro nessas operações, são apenas refinanciamentos de dívida".
Segundo Ventura, "nos últimos
anos a Parmalat Participações
tem gerenciado os vencimentos
de dívida do grupo".
No entanto, de acordo com os
registros na Junta Comercial de
São Paulo, duas das operações são
empréstimos novos, contratados
em setembro e outubro.
Um dos empréstimos, de US$
20 milhões, foi concedido pela
agência de Nova York do banco
japonês UFJ Bank Ltd. A Parmalat deverá pagar uma taxa de juros
de 2,31% ao ano mais a Libor.
Os recursos seriam destinados
ao financiamento de importações
e exportações e foram liberados
no final de setembro, segundo informação registrada na Junta Comercial. O empréstimo vence em
setembro deste ano.
No entanto, diante da crise do
grupo, o UFJ Bank já começa a
costurar um acordo com a Parmalat Participações do Brasil, segundo informou a representação
do banco em Nova York. O banco
informou, ainda, que vem mantendo contato com outros bancos
brasileiros, credores da Parmalat.
O segundo empréstimo, também no valor de US$ 20 milhões,
foi obtido pela Parmalat Participações do Brasil em outubro, com
o Standard Chartered Bank, com
sede em Londres.
Os recursos seriam destinados
ao financiamento de capital de giro da empresa, e a taxa de juros
contratada foi de 3,25% ao ano,
mais a Libor, segundo registro na
Junta Comercial. A assessoria de
imprensa do Standard Chartered
informou que o banco tem uma
política de privacidade e não faz
comentários sobre seus clientes.
Já o refinanciamento diz respeito a uma captação externa, feita
por meio de emissão de títulos de
dívida da empresa. O agente responsável pela emissão, colocação
e pagamento dos títulos é o Bank
Boston N.A. Trata-se da agência
do FleetBoston no Brasil -controlador do BankBoston. O banco
não comenta a operação.
(SANDRA BALBI)
Texto Anterior: Leite derramado: Parmalat cria unidade para auxiliar a filial no Brasil Próximo Texto: Justiça pede arresto de bens em Jundiaí Índice
|