São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

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CONCORRÊNCIA

Associação de exportadores afirma que não há acordo para a fixação de preços pagos pela matéria-prima

Produtoras de suco de laranja negam cartel

DA BLOOMBERG
DA SUCURSAL DA BRASÍLIA

A associação dos exportadores brasileiros de suco de laranja negou ontem que haja conluio para a fixação dos preços da fruta. Nesta semana a polícia fez apreensões nos escritórios de empresas exportadoras em busca de evidências de um suposto esquema irregular de fixação de valores.
Fabricantes de suco de laranja, como a Cutrale, maior produtora mundial, pagam preços semelhantes pelas frutas que adquirem porque o produto é uma matéria-prima cujo preço varia pouco de um plantador para outro, disse Ademerval Garcia, presidente da Abrecitrus (associação de exportadores de cítricos).
"Toda a indústria está localizada na mesma região", disse Garcia. "As laranjas são processadas por companhias que produzem o mesmo tipo de suco, usam a mesma tecnologia e vendem seus produtos para os mesmos países."
Segundo a SDE (Secretaria de Direito Econômico), essa foi a maior operação já coordenada pela secretaria e envolveu mais de 90 pessoas, entre funcionários da própria SDE, Polícia Federal, Advocacia Geral da União e oficiais de Justiça. Foram recolhidos 27 malotes de documentos, computadores e arquivos eletrônicos.
As empresas vêm sendo investigadas pelo governo desde 1999 por denúncias de formação de cartel. Na época, o Congresso pediu a abertura das investigações com base em acusações feitas por produtores de laranja.
Agentes da Polícia Federal realizaram as batidas na terça-feira nas empresas Cutrale, Coinbra, Citrovita, Montecitrus e na Associação Brasileira de Exportadores de Cítricos, segundo o Ministério da Justiça. Um juiz de Ribeirão Preto (SP) emitiu mandado autorizando as buscas, disse Garcia.
A Citrovita disse que não é alvo da investigação. Marcos Moreira, porta-voz da Cutrale, não estava no escritório e não retornou a ligação. Uma porta-voz da Montecitrus disse que a empresa não tinha comentários a fazer. Fernando Moraes, vice-presidente da Coinbra em São Paulo, estava numa reunião e não pôde comentar, segundo seu escritório.
"Vamos aguardar esclarecimentos. É preciso evitar prejulgamento", disse anteontem o secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg.


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