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CONCORRÊNCIA
Associação de exportadores afirma que não há acordo para a fixação de preços pagos pela matéria-prima
Produtoras de suco de laranja negam cartel
DA BLOOMBERG
DA SUCURSAL DA BRASÍLIA
A associação dos exportadores
brasileiros de suco de laranja negou ontem que haja conluio para
a fixação dos preços da fruta. Nesta semana a polícia fez apreensões
nos escritórios de empresas exportadoras em busca de evidências de um suposto esquema irregular de fixação de valores.
Fabricantes de suco de laranja,
como a Cutrale, maior produtora
mundial, pagam preços semelhantes pelas frutas que adquirem
porque o produto é uma matéria-prima cujo preço varia pouco de
um plantador para outro, disse
Ademerval Garcia, presidente da
Abrecitrus (associação de exportadores de cítricos).
"Toda a indústria está localizada na mesma região", disse Garcia. "As laranjas são processadas
por companhias que produzem o
mesmo tipo de suco, usam a mesma tecnologia e vendem seus produtos para os mesmos países."
Segundo a SDE (Secretaria de
Direito Econômico), essa foi a
maior operação já coordenada
pela secretaria e envolveu mais de
90 pessoas, entre funcionários da
própria SDE, Polícia Federal, Advocacia Geral da União e oficiais
de Justiça. Foram recolhidos 27
malotes de documentos, computadores e arquivos eletrônicos.
As empresas vêm sendo investigadas pelo governo desde 1999
por denúncias de formação de
cartel. Na época, o Congresso pediu a abertura das investigações
com base em acusações feitas por
produtores de laranja.
Agentes da Polícia Federal realizaram as batidas na terça-feira
nas empresas Cutrale, Coinbra,
Citrovita, Montecitrus e na Associação Brasileira de Exportadores
de Cítricos, segundo o Ministério
da Justiça. Um juiz de Ribeirão
Preto (SP) emitiu mandado autorizando as buscas, disse Garcia.
A Citrovita disse que não é alvo
da investigação. Marcos Moreira,
porta-voz da Cutrale, não estava
no escritório e não retornou a ligação. Uma porta-voz da Montecitrus disse que a empresa não tinha comentários a fazer. Fernando Moraes, vice-presidente da
Coinbra em São Paulo, estava numa reunião e não pôde comentar,
segundo seu escritório.
"Vamos aguardar esclarecimentos. É preciso evitar prejulgamento", disse anteontem o secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg.
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