São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 2007

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Suíça Nestlé adota Nordeste do "bom" Lula

DO ENVIADO ESPECIAL A DAVOS

"Lula, bom presidente", diz sorrindo o belga Paul Bulcke, em um portunhol mais que razoável, adquirido em seus tempos de Chile.
Para a Nestlé, da qual Bulcke é o vice-presidente-executivo para as Américas, é um presidente tão bom que estará presente à inauguração da 512ª fábrica da portentosa multinacional, em Feira de Santana, na Bahia.
Será dentro de duas semanas, com o que a Nestlé (que vendeu US$ 70 bilhões em produtos alimentícios em 2005) completa a nova estratégia que desenhou para o Brasil, decorrente de uma das "bondades" do "bom presidente Lula".
O aumento no consumo de alimentos pelos mais pobres, em especial no Nordeste, levou a Nestlé a criar um comando específico para a região. Tem autonomia para usar a fatia do orçamento que lhe corresponde e para decidir estratégias de marketing e de distribuição, levando em conta as peculiaridades nordestinas.
Exemplo concreto: a propaganda tem muito mais foco em rádio do que acontece no restante do Brasil, porque, no Nordeste, rádio continua sendo fonte de informação vital.
Exemplo dois: a distribuição tem que ser mais diversificada do que em São Paulo. "Não há tantos Pão de Açúcar", justifica Bulcke.
A fábrica de Feira de Santana permitirá melhor "mix" de produtos, mais de acordo com o gosto local.
Bulcke está feliz da vida não só com o presidente Lula mas com os negócios de sua companhia no Nordeste. "O resultado tem sido nos últimos anos o dobro da média conseguida no Brasil", diz.
Não obstante, o empresário não foge à realidade. "O crescimento poderia ser maior", afirma, ecoando pensamento de 11 de cada 10 empresários. Mas, apressa-se a emendar, "a estabilidade é um bem precioso que deve ser mantido".
Bulcke diz que a Nestlé, com o investimento na nova fábrica na Bahia, está fazendo a sua parte, mas queixa-se de que "o grande problema é a infra-estrutura" do país, sabidamente precária. (CLÓVIS ROSSI)


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