São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 2007

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Citi quer comprar empresas no Brasil, afirma Rhodes

Executivos do banco se reúnem com Lula, mas não dão detalhes sobre estratégia no país

Brasil é o único país latino-americano que não tem banco estrangeiro entre as cinco maiores instituições do setor financeiro


TELMA MAROTTO E CECILIA TORNAGHI
DA BLOOMBERG

O Citigroup, maior grupo bancário dos Estados Unidos, está à procura de empresas para adquirir no Brasil, disse em entrevista o vice-presidente do conselho da instituição, William Rhodes.
"A companhia está interessada em aquisições no Brasil", disse Rhodes em entrevista concedida em Davos, Suíça, onde ocorre o Fórum Econômico Mundial. "No momento, nada é atingível, mas estamos interessados." Ele não quis discutir interesses ou custos específicos.
"O problema não é só preço; a marca também conta."
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, reuniu-se ontem em Davos com representantes de empresas multinacionais, entre os quais Charles Prince, presidente-executivo do Citigroup.
Prince quer reduzir a dependência do banco em relação aos Estados Unidos como fonte de receita, por meio de aquisições em países nos quais o ritmo de crescimento é mais rápido.
As estimativas indicam que a economia do Brasil, a maior da América Latina, pode ter crescido 2,7% em 2006, e provavelmente crescerá 3,5% neste ano.
Instituições como os bancos Itaú e Bradesco vêm registrando recordes de lucros, à medida que a alta nos salários e a queda nas taxas reais de juros estimulam a demanda dos consumidores por crédito.
O nível de empréstimos bancários vem crescendo a cada ano desde 1994, quando a adoção de uma nova moeda pelo país conseguiu conter a hiperinflação que tornava a captação impossível.
O Brasil é o único país latino-americano que não tem um banco estrangeiro entre as cinco maiores instituições de seu setor financeiro.
O Itaú, maior banco privado do país segundo o Banco Central, tem valor de mercado de R$ 88,4 bilhões, enquanto o Bradesco, o segundo maior, está avaliado em R$ 87,3 bilhões.
O Unibanco, terceiro no ranking, tem valor de mercado de R$ 24 bilhões.
Nas últimas semanas, circularam vários rumores sobre fusões e aquisições no mercado bancário brasileiro. Um deles, sobre a possível venda das operações do Santander no Brasil, levou Francisco Luzón, diretor-geral para a América do banco, a fazer um desmentido público na terça-feira.
No final de 2006, uma revista internacional especializada em finanças publicou que o Bradesco estaria negociando com o grupo. Luzón argumenta que, desde 2000, quando o banco comprou o Banespa, a instituição enfrentou várias crises.
Agora que as perspectivas são de crescimento não faz sentido abandonar o barco, avalia.


Tradução de PAULO MIGLIACCI

Colaborou a Redação


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