|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Citi quer comprar empresas no Brasil, afirma Rhodes
Executivos do banco se reúnem com Lula, mas não dão detalhes sobre estratégia no país
Brasil é o único país latino-americano que não tem banco estrangeiro entre as cinco maiores instituições do setor financeiro
TELMA MAROTTO E CECILIA TORNAGHI
DA BLOOMBERG
O Citigroup, maior grupo
bancário dos Estados Unidos,
está à procura de empresas para adquirir no Brasil, disse em
entrevista o vice-presidente do
conselho da instituição, William Rhodes.
"A companhia está interessada em aquisições no Brasil",
disse Rhodes em entrevista
concedida em Davos, Suíça, onde ocorre o Fórum Econômico
Mundial. "No momento, nada é
atingível, mas estamos interessados." Ele não quis discutir interesses ou custos específicos.
"O problema não é só preço; a
marca também conta."
O presidente do Brasil, Luiz
Inácio Lula da Silva, reuniu-se
ontem em Davos com representantes de empresas multinacionais, entre os quais Charles Prince, presidente-executivo do Citigroup.
Prince quer reduzir a dependência do banco em relação aos
Estados Unidos como fonte de
receita, por meio de aquisições
em países nos quais o ritmo de
crescimento é mais rápido.
As estimativas indicam que a
economia do Brasil, a maior da
América Latina, pode ter crescido 2,7% em 2006, e provavelmente crescerá 3,5% neste ano.
Instituições como os bancos
Itaú e Bradesco vêm registrando recordes de lucros, à medida
que a alta nos salários e a queda
nas taxas reais de juros estimulam a demanda dos consumidores por crédito.
O nível de empréstimos bancários vem crescendo a cada
ano desde 1994, quando a adoção de uma nova moeda pelo
país conseguiu conter a hiperinflação que tornava a captação impossível.
O Brasil é o único país latino-americano que não tem um
banco estrangeiro entre as cinco maiores instituições de seu
setor financeiro.
O Itaú, maior banco privado
do país segundo o Banco Central, tem valor de mercado de
R$ 88,4 bilhões, enquanto o
Bradesco, o segundo maior, está avaliado em R$ 87,3 bilhões.
O Unibanco, terceiro no ranking, tem valor de mercado de
R$ 24 bilhões.
Nas últimas semanas, circularam vários rumores sobre fusões e aquisições no mercado
bancário brasileiro. Um deles,
sobre a possível venda das operações do Santander no Brasil,
levou Francisco Luzón, diretor-geral para a América do
banco, a fazer um desmentido
público na terça-feira.
No final de 2006, uma revista
internacional especializada em
finanças publicou que o Bradesco estaria negociando com o
grupo. Luzón argumenta que,
desde 2000, quando o banco
comprou o Banespa, a instituição enfrentou várias crises.
Agora que as perspectivas são
de crescimento não faz sentido
abandonar o barco, avalia.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Colaborou a Redação
Texto Anterior: Presidente da estatal de energia renuncia Próximo Texto: Varig abandona rotas para interior, Norte e Nordeste Índice
|