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Paulo Coelho protesta contra frase de maestro
DA ENVIADA A DAVOS
O escritor Paulo Coelho
reclamou aos berros com
Benjamin Zander, regente
da Filarmônica de Boston,
dos Estados Unidos, do
que considerou "desrespeito à mulher brasileira",
durante jantar anteontem
do Fórum em Davos.
O maestro, em seu discurso num painel do congresso, anteontem à noite,
segundo participantes do
evento, ao comentar uma
passagem no Brasil, disse,
imitando o gesto, que as
mulheres brasileiras levantavam suas roupas e
"mostravam tudo".
Diante da gargalhada da
sala cheia, Coelho, um dos
cinco palestrantes do painel, que já havia discursado e estava sem microfone, levantou-se e gritou
em inglês: "Sou brasileiro.
Estou ofendido com seu
comentário". "Não é verdade que as mulheres brasileiras se comportem assim", completou o escritor, abandonando a fleugma costumeira.
A sala ficou em silêncio.
Zander, então, desculpou-se com Coelho, dizendo
que retirava o que dissera.
De volta à sua mesa, o
maestro perguntou ao
brasileiro Fábio Bibancos
se ele havia se ofendido e
se desculpou novamente.
Bibancos foi premiado por
seu trabalho social como
dentista, pela Fundação
Schwab, que organiza o
evento em Davos.
Logo depois, foi exibido
um vídeo da atriz Emma
Thompson, também presente em Davos neste ano,
sobre... mulheres.
O escritor Paulo Coelho,
que já completou a marca
de 100 milhões de exemplares vendidos, vem a Davos há onze anos. Em poucos minutos de conversa,
mais de dez pessoas, quase
todas estrangeiras, vieram
cumprimentá-lo e pedir
autógrafos. "Não vou nem
lavar minhas mãos hoje",
brincou um executivo do
ABN Amro Bank.
Outro fã, Georges Kern,
presidente da IWC, do
grupo Cartier, deu um relógio de platina ao escritor. "Ele disse que eu estava usando um relógio ridículo, de 15. Não acreditei quando ele foi até o hotel em Klosters [vizinha a
Davos], e apareceu com o
relógio", conta.
"Tive de improvisar, e
dar um relógio meu", confirma Kerns à Folha. O
preço? "Relógios são como mulheres, não se fala
em preço", respondeu.
(MCF)
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