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Multinacionais anunciam 75 mil demissões
Caterpillar e Pfizer lideram lista de cortes no mundo; segundo estimativas, EUA perdem 600 mil empregos por mês
Na Europa, cortes de ontem ultrapassam 16 mil; diante dos anúncios, Obama pede novamente aprovação de pacote de US$ 825 bilhões
DA REDAÇÃO
A crise global, nascida no
mercado financeiro, deu ontem
mais um sinal de que já se estabeleceu na economia "real".
Importantes companhias americanas e europeias, algumas
com filiais no Brasil, anunciaram que vão demitir mais de 75
mil funcionários pelo mundo
ao longo de 2009.
A primeira da lista é a americana Caterpillar, maior fabricante mundial de equipamentos de construção e motores
para veículos pesados, que cortará 20 mil funcionários. A Caterpillar afirmou que 2009 será
um de seus anos mais fracos
desde a Segunda Guerra.
O grupo farmacêutico Pfizer,
que anunciou a aquisição da rival Wyeth, planeja cortar, segundo o jornal "Financial Times", 15% da força de trabalho
combinada das duas empresas
-ou 19 mil trabalhadores-, informação não confirmada pela
assessoria de imprensa da marca no Brasil.
Também nos Estados Unidos, a Sprint Nextel, terceira
maior operadora de telefonia
celular americana, divulgou
plano de 8.000 demissões (14%
do quadro). A Home Depot, a
maior cadeia de lojas de material de construção nos Estados
Unidos, afirmou que cortará
7.000 funcionários.
A General Motors divulgou
que demitirá 2.000 operários
em duas de suas linhas de montagem nos Estados Unidos. Já a
fabricante de computadores
IBM cortou 1.400 postos na semana passada. Na Texas Instruments, que produz aparelhos celulares, as demissões
chegam a 3.400.
O presidente Barack Obama
afirmou que os cortes mostram
a urgência de seu programa de
estímulo econômico. O pacote,
de US$ 825 bilhões, incluiria
redução de impostos, benefícios sociais de emergência e investimentos públicos.
"Não se trata apenas de números em uma página", disse
Obama. "Como no caso dos milhões de empregos perdidos em
2008, estamos falando de homens e mulheres cujas vidas foram perturbadas e cujos sonhos terão de ser adiados."
A economia americana eliminou 2,6 milhões de empregos desde o início da recessão,
em dezembro de 2007 -o pior
resultado bruto desde 1945. A
taxa de desemprego no país subiu para 7,2% em dezembro.
Os economistas se preocupam com a possibilidade de que
a economia esteja perdendo até
600 mil empregos ao mês. Os
pedidos de seguro-desemprego
haviam subido a 589 mil na semana encerrada em 17 de janeiro, repetindo o recorde de dezembro.
Europa
O banco holandês ING anunciou, ontem, que demitirá
7.000 de seus 130 mil funcionários em todo o mundo.
A também holandesa Philips,
que opera no setor de eletrônica, anunciou o corte de 6.000
empregos à medida que acelera
seus planos de reestruturação.
No balanço publicado ontem, a
empresa admitiu um prejuízo
de 1,47 bilhão no último trimestre de 2008.
A Corus, siderúrgica britânica controlada pelo grupo indiano Tata, anunciou o corte de
3.500 do seu total de 41 mil
funcionários.
Alemanha, Reino Unido,
França e Espanha registraram
queda acentuada na produção
industrial. Na sexta-feira, o governo espanhol anunciou que a
taxa de desemprego do país
chegou a 13,91% no último trimestre -a maior taxa na zona
do euro.
(MAURÍCIO MORAES)
Com "Financial Times" e "New York Times"
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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