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Crise econômica derruba o primeiro governo, o da Islândia
DA REDAÇÃO
A crise financeira global provocou a queda do governo da Islândia, ontem, após uma série
de protestos contra o desemprego e a alta dos preços. Esse é
o primeiro governo derrubado
em decorrência direta da crise.
O primeiro-ministro da Islândia, Geir Haarde, no posto
desde 2006, decidiu afastar-se
três dias após antecipar para
maio as eleições antes programadas para 2011. Em meio ao
tratamento contra um câncer,
Haarde afirmou que não pretende mais liderar o seu Partido da Independência durante
as campanhas.
Com uma expectativa de
contração de 10% em sua economia neste ano, a Islândia foi
um dos países mais afetados
pela crise mundial, que pôs fim
a dez anos de prosperidade econômica em questão de dias.
O país foi atingido em cheio
em outubro, quando seus bancos entraram em colapso com
as dívidas acumuladas durante
os anos de expansão -o débito
era nove vezes maior que o PIB
do país. O governo acabou por
nacionalizar instituições e teve
de pedir um empréstimo de
US$ 10 bilhões ao FMI (Fundo
Monetário Internacional).
Já o câmbio islandês passou
por rápida desvalorização (no
auge da crise, a coroa islandesa
perdeu 25% do valor num só
dia), aumentando o endividamento de parte da população,
que tomou empréstimos em
moedas estrangeira.
"Eu lamento que nós não pudemos continuar com a coalizão. Acredito que esse teria sido o melhor resultado", afirmou Haarde a jornalistas.
Na última sexta-feira, o premiê convocou eleições antecipadas em resposta aos protestos contra a condução da economia. Desde outubro passado,
o governo enfrenta manifestações todos os sábados, em um
país geralmente tranquilo, com
320 mil habitantes.
Depois de conversas com
Haarde, o presidente da Islândia, Olafur Ragnar Grimsson,
afirmou que chamaria os quatro principais partidos políticos do país para discutir a formação de um governo interino.
Ainda não está claro quem fará
parte da nova administração.
Com agências internacionais
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