São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2009

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Crise econômica derruba o primeiro governo, o da Islândia

DA REDAÇÃO

A crise financeira global provocou a queda do governo da Islândia, ontem, após uma série de protestos contra o desemprego e a alta dos preços. Esse é o primeiro governo derrubado em decorrência direta da crise.
O primeiro-ministro da Islândia, Geir Haarde, no posto desde 2006, decidiu afastar-se três dias após antecipar para maio as eleições antes programadas para 2011. Em meio ao tratamento contra um câncer, Haarde afirmou que não pretende mais liderar o seu Partido da Independência durante as campanhas.
Com uma expectativa de contração de 10% em sua economia neste ano, a Islândia foi um dos países mais afetados pela crise mundial, que pôs fim a dez anos de prosperidade econômica em questão de dias.
O país foi atingido em cheio em outubro, quando seus bancos entraram em colapso com as dívidas acumuladas durante os anos de expansão -o débito era nove vezes maior que o PIB do país. O governo acabou por nacionalizar instituições e teve de pedir um empréstimo de US$ 10 bilhões ao FMI (Fundo Monetário Internacional).
Já o câmbio islandês passou por rápida desvalorização (no auge da crise, a coroa islandesa perdeu 25% do valor num só dia), aumentando o endividamento de parte da população, que tomou empréstimos em moedas estrangeira.
"Eu lamento que nós não pudemos continuar com a coalizão. Acredito que esse teria sido o melhor resultado", afirmou Haarde a jornalistas.
Na última sexta-feira, o premiê convocou eleições antecipadas em resposta aos protestos contra a condução da economia. Desde outubro passado, o governo enfrenta manifestações todos os sábados, em um país geralmente tranquilo, com 320 mil habitantes.
Depois de conversas com Haarde, o presidente da Islândia, Olafur Ragnar Grimsson, afirmou que chamaria os quatro principais partidos políticos do país para discutir a formação de um governo interino. Ainda não está claro quem fará parte da nova administração.


Com agências internacionais


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