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Teles impulsionam TV paga, que cresce 18,2% em 2009
Total de assinantes no país atinge 7,5 milhões; participação de satélites cresce
Entre 2008 e 2009, fatia do satélite nas transmissões saltou de 33% para 37%, enquanto canais por cabo caíram de 60% para 58%
DA REPORTAGEM LOCAL
A entrada das operadoras de
telefonia no segmento de TV
por assinatura fez aumentar o
total de assinantes pelo segundo ano consecutivo. É o que
mostra o balanço da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações), divulgado ontem.
De acordo com a agência, em
2009 as empresas de TV paga
conseguiram 7,5 milhões de assinantes, alta de 18,24%. Em
2008, quando as principais
operadoras de telefonia começaram a vender pacotes de TV,
a base de clientes fechou em 6,3
milhões, com crescimento
também na casa dos 18%.
A legislação em vigor atualmente só proíbe as teles de venderem pacotes de TV via cabo,
como fazem a Net e a TVA, entre outras. Essa barreira poderá
ser quebrada com a aprovação
do PL (projeto de lei) 29, em
tramitação no Congresso.
Justamente por isso, a Oi adquiriu uma empresa que vendia
pacotes transmitidos por satélite (tecnologia conhecida como DTH). A Telefônica comprou a TVA (que opera com cabo e MMDS) e já vende pacotes,
por conta própria, por DTH. A
GVT tem parceria com a Sky,
também via satélite.
Os analistas dizem que a
atuação das teles, que passaram
a oferecer "combos" (planos
combinados de telefonia fixa,
internet e TV paga), impulsionou os negócios, principalmente no Norte e no Nordeste. Nessas regiões, as taxas de crescimento da base de assinantes foram de 28% e 21%, respectivamente. A média nacional foi de
18,2% e as demais regiões cresceram abaixo de 19%.
Satélite em alta
O desempenho mais forte
das teles acabou se refletindo
também em uma mudança no
uso de tecnologias de transmissão dos canais. Entre 2008 e
2009, a participação do satélite
(DTH) nas transmissões saltou
de 33,2% para 37,3%. Enquanto isso, os canais trafegados por
cabo caíram de 60,5% para
57,9%. O MMDS (micro-ondas) foi o que mais perdeu,
caindo de 6,3% para 4,8%.
Esses números já refletem
uma mudança mais drástica no
setor. A Folha apurou junto a
executivos da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por
Assinatura) que a queda do
MMDS -a maior registrada-
vem sendo "estimulada" pela
Anatel, que não concede novas
licenças nem certifica equipamentos para serem usados.
Ainda segundo eles, a agência estuda retirar faixas de frequência que estariam ociosas
dessas operadoras de MMDS
para serem utilizadas pelas
companhias de celular. Tanto
as teles quanto as operadoras
de TV por assinatura transmitem seus sinais por ondas que
trafegam pelo ar em determinadas faixas de frequência.
Para a ABTA, esse movimento da Anatel poderá gerar uma
batalha jurídica movida pelos
empresários do setor e causar
danos aos consumidores.
Mesmo diante desses desafios, a associação apoia a entrada das teles no negócio. Mas
considera que deve haver regras para evitar que empresas
de menor porte quebrem ou
que o consumidor deixe de ter
acesso a tecnologias que, eventualmente, possam até custar
menos. Com a PL 29, a expectativa é a de que o setor se expanda acima de 20%.
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