São Paulo, quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Teles impulsionam TV paga, que cresce 18,2% em 2009

Total de assinantes no país atinge 7,5 milhões; participação de satélites cresce

Entre 2008 e 2009, fatia do satélite nas transmissões saltou de 33% para 37%, enquanto canais por cabo caíram de 60% para 58%


DA REPORTAGEM LOCAL

A entrada das operadoras de telefonia no segmento de TV por assinatura fez aumentar o total de assinantes pelo segundo ano consecutivo. É o que mostra o balanço da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), divulgado ontem.
De acordo com a agência, em 2009 as empresas de TV paga conseguiram 7,5 milhões de assinantes, alta de 18,24%. Em 2008, quando as principais operadoras de telefonia começaram a vender pacotes de TV, a base de clientes fechou em 6,3 milhões, com crescimento também na casa dos 18%.
A legislação em vigor atualmente só proíbe as teles de venderem pacotes de TV via cabo, como fazem a Net e a TVA, entre outras. Essa barreira poderá ser quebrada com a aprovação do PL (projeto de lei) 29, em tramitação no Congresso.
Justamente por isso, a Oi adquiriu uma empresa que vendia pacotes transmitidos por satélite (tecnologia conhecida como DTH). A Telefônica comprou a TVA (que opera com cabo e MMDS) e já vende pacotes, por conta própria, por DTH. A GVT tem parceria com a Sky, também via satélite.
Os analistas dizem que a atuação das teles, que passaram a oferecer "combos" (planos combinados de telefonia fixa, internet e TV paga), impulsionou os negócios, principalmente no Norte e no Nordeste. Nessas regiões, as taxas de crescimento da base de assinantes foram de 28% e 21%, respectivamente. A média nacional foi de 18,2% e as demais regiões cresceram abaixo de 19%.

Satélite em alta
O desempenho mais forte das teles acabou se refletindo também em uma mudança no uso de tecnologias de transmissão dos canais. Entre 2008 e 2009, a participação do satélite (DTH) nas transmissões saltou de 33,2% para 37,3%. Enquanto isso, os canais trafegados por cabo caíram de 60,5% para 57,9%. O MMDS (micro-ondas) foi o que mais perdeu, caindo de 6,3% para 4,8%.
Esses números já refletem uma mudança mais drástica no setor. A Folha apurou junto a executivos da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) que a queda do MMDS -a maior registrada- vem sendo "estimulada" pela Anatel, que não concede novas licenças nem certifica equipamentos para serem usados.
Ainda segundo eles, a agência estuda retirar faixas de frequência que estariam ociosas dessas operadoras de MMDS para serem utilizadas pelas companhias de celular. Tanto as teles quanto as operadoras de TV por assinatura transmitem seus sinais por ondas que trafegam pelo ar em determinadas faixas de frequência.
Para a ABTA, esse movimento da Anatel poderá gerar uma batalha jurídica movida pelos empresários do setor e causar danos aos consumidores.
Mesmo diante desses desafios, a associação apoia a entrada das teles no negócio. Mas considera que deve haver regras para evitar que empresas de menor porte quebrem ou que o consumidor deixe de ter acesso a tecnologias que, eventualmente, possam até custar menos. Com a PL 29, a expectativa é a de que o setor se expanda acima de 20%.


Texto Anterior: GM anuncia acordo para venda da Saab
Próximo Texto: Tecnologia: Americana Apple reclama de impostos altos no Brasil
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.