São Paulo, Quarta-feira, 27 de Janeiro de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Saída de dólar derruba títulos da dívida

da Reportagem Local

O fluxo cambial bastante negativo -US$ 531 milhões até as 19h50- derrubou o C-bond, principal título da dívida externa brasileira, no final do dia.
O papel havia fechado a 50,25% do seu valor de face na segunda-feira e registrou alta durante boa parte do dia de ontem. Por volta das 19 horas dava sinais de que se estabilizara na casa dos 52%, quando os operadores começaram a notar que a saída de dólares estava muito forte.
Foi o sinal para que os investidores começassem a vender e o C-bond acabou fechando a 51%.
Os títulos da dívida externa são negociados com deságio em relação ao seu valor de emissão. Quanto maior o deságio, maior a percepção de risco do país.

Bolsa
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou com forte alta de 6,34%. O mercado acionário já abriu para cima, corrigindo a alta registrada pelo dólar na segunda-feira e na manhã de ontem.
Mesmo quando o dólar cedeu, na metade do dia, as ações continuaram a subir. Segundo operadores, o recuo do dólar foi percebido como um sinal de estabilização, o que estimulou os investidores a comprar ações.
Diante da forte desvalorização acumulada pelo real, os ativos em reais -como as ações- estão cada vez mais baratos em dólares, o que estimula sua compra por aqueles que vêm nisso uma boa oportunidade de investimento.

Juros
No mercado futuro, o juro recuou. Os contratos de fevereiro, que projetam os juros de janeiro, fecharam a 2,08% ao mês, contra 2,35% na sexta-feira.
O BC manteve o juro do over -mercado de um dia- a 32,5% ao ano.
O governo fez dois leilões de títulos públicos. Ofertou e vendeu um milhão de títulos do tipo NTN-S, com vencimento em janeiro de 2000, a uma taxa média de 40,77% ao ano e máxima de 41,07%. Esses papéis são conhecidos como "híbridos", porque pagam juro prefixado na primeira semana e depois, até o vencimento, são corrigidos diariamente.
O governo ofertou 500 mil títulos cambiais (NTN-D), mas só vendeu 150 mil. A taxa máxima foi de 21,9% ao ano e a média ficou em 20,89%. (VANESSA ADACHI)


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