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Argentina quer ajuda de Chávez em energia
Escassez é usada como argumento por Cristina Kirchner para justificar participação maior da Venezuela
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
Depois do fracasso da reunião de cúpula entre Argentina,
Brasil e Bolívia, no sábado, em
Buenos Aires, para discutir a
distribuição do gás boliviano, a
presidente argentina, Cristina
Kirchner, afirmou ontem que é
necessário incorporar a Venezuela ao Mercosul e à equação
energética entre os países.
"Brigamos pelo ingresso da
Venezuela no Mercosul. Alguns
acreditaram que era uma defesa do presidente desse país,
mas é pura racionalidade e está
baseada na equação energética
regional." A presidente afirmou que a Argentina terá energia no próximo inverno. No ano
passado, houve falta de energia
e cortes nas indústrias.
O vice-presidente da Bolívia,
Alvaro García, disse que os bolivianos terão que adiar o contrato de fornecimento de gás aos
argentinos de 2011 para 2012
ou 2013 porque não poderão
cumprir com os volumes adicionais a partir de 2010. "Demos um golpe nas petroleiras e
elas se ressentiram, nos boicotaram, nos ameaçaram", disse
García, confirmando que
Da própria pele
Antes da reunião entre os
mandatários, o presidente Lula
não se mostrou otimista em relação à crise energética. Em entrevista gravada no sábado ao
programa "Desde el Llano",
transmitida pelo canal de notícias argentino TN, disse que em
2012 a Bolívia deve produzir
cerca de 73 milhões de metros
cúbicos de gás. Mas, até lá, será
preciso tirar "da própria pele" a
energia que falta.
"Até 2012, vamos ter que tirar [energia] quase que da própria pele para atender as necessidades do mercado argentino e
do mercado brasileiro."
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