São Paulo, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

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Justiça avalia suspensão de cortes na Embraer

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

Após receber ontem ação que pede liminarmente a suspensão das demissões na Embraer, o presidente do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, em Campinas (93 km de SP), desembargador Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva, defendeu a necessidade de haver negociação entre sindicato e empresa antes de demissões em massa.
Em reunião anteontem com o presidente Lula, a Embraer ratificou a demissão de 4.200 funcionários ocorrida na semana passada. O desembargador do TRT da 15ª Região afirmou que julgará ainda hoje o pedido de liminar. Segundo ele, uma negociação prévia poderia resultar em alternativas à rescisão: "Você pode reduzir a jornada, reduzir salário; são mecanismos que podem mitigar esta situação mais grave", afirmou.
A ação que pede a suspensão das demissões foi protocolada ontem à tarde pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu e pela Federação dos Metalúrgicos de São Paulo, representados pelas centrais sindicais Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas) e Força Sindical.
"A repercussão social [das demissões] é muito grande. Você multiplica isso por três ou por quatro familiares e ainda pelas empresas satélites, então isso pode atingir um número muito grande", afirmou o desembargador.
Racha
A negociação em torno das demissões da Embraer provocou racha entre lideranças sindicais. Representantes do Sindicato Aeroespacial do Estado de São Paulo, filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), se negaram a participar da primeira reunião entre TRT, Força Sindical e Conlutas. Por conta do desentendimento entre os dois grupos de sindicalistas, o presidente do TRT precisou de duas reuniões para discutir o tema. "Eles [Força e Conlutas] não representam a categoria e preferiram os holofotes e jogar confetes", disse Edmilson Oliveira Coutinho, presidente do Sindicato Aeroespacial. O presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, que esteve na reunião, disse que os Sindicato Aeroespacial "não está legalizado".
Protesto
Um protesto organizado por sindicalistas deve reunir hoje cerca de mil pessoas em frente à principal fábrica e sede da Embraer, em São José dos Campos. O objetivo é pressionar a empresa a readmitir os funcionários desligados.

Colaborou FÁBIO AMATO , da Agência Folha, em São José dos Campos


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