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Justiça avalia suspensão de cortes na Embraer
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Após receber ontem ação que
pede liminarmente a suspensão das demissões na Embraer,
o presidente do TRT (Tribunal
Regional do Trabalho) da 15ª
Região, em Campinas (93 km
de SP), desembargador Luís
Carlos Cândido Martins Sotero
da Silva, defendeu a necessidade de haver negociação entre
sindicato e empresa antes de
demissões em massa.
Em reunião anteontem com
o presidente Lula, a Embraer
ratificou a demissão de 4.200
funcionários ocorrida na semana passada.
O desembargador do TRT da
15ª Região afirmou que julgará
ainda hoje o pedido de liminar.
Segundo ele, uma negociação
prévia poderia resultar em alternativas à rescisão: "Você pode reduzir a jornada, reduzir
salário; são mecanismos que
podem mitigar esta situação
mais grave", afirmou.
A ação que pede a suspensão
das demissões foi protocolada
ontem à tarde pelo Sindicato
dos Metalúrgicos de São José
dos Campos, Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu e pela
Federação dos Metalúrgicos de
São Paulo, representados pelas
centrais sindicais Conlutas
(Coordenação Nacional de Lutas) e Força Sindical.
"A repercussão social [das
demissões] é muito grande. Você multiplica isso por três ou
por quatro familiares e ainda
pelas empresas satélites, então
isso pode atingir um número
muito grande", afirmou o desembargador.
Racha
A negociação em torno das
demissões da Embraer provocou racha entre lideranças sindicais. Representantes do Sindicato Aeroespacial do Estado
de São Paulo, filiado à CUT
(Central Única dos Trabalhadores), se negaram a participar
da primeira reunião entre TRT,
Força Sindical e Conlutas.
Por conta do desentendimento entre os dois grupos de
sindicalistas, o presidente do
TRT precisou de duas reuniões
para discutir o tema.
"Eles [Força e Conlutas] não
representam a categoria e preferiram os holofotes e jogar
confetes", disse Edmilson Oliveira Coutinho, presidente do
Sindicato Aeroespacial. O presidente da Força, Paulo Pereira
da Silva, que esteve na reunião,
disse que os Sindicato Aeroespacial "não está legalizado".
Protesto
Um protesto organizado por
sindicalistas deve reunir hoje
cerca de mil pessoas em frente
à principal fábrica e sede da
Embraer, em São José dos
Campos. O objetivo é pressionar a empresa a readmitir os
funcionários desligados.
Colaborou FÁBIO AMATO ,
da Agência Folha, em São José dos Campos
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