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Juro para pessoas físicas
volta ao nível pré-crise
Mas "spread" está acima dos valores de há 6 meses
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os juros cobrados nos empréstimos a pessoas físicas voltaram a cair no mês passado e já
se encontram abaixo dos níveis
observados antes do agravamento da crise internacional,
em setembro de 2008.
Ainda assim, a queda se deve,
em boa parte, à redução da taxa
Selic ocorrida nos últimos meses, já que o "spread" bancário
continua acima dos valores de
seis meses atrás.
Segundo levantamento feito
pelo BC, entre janeiro e fevereiro a taxa média cobrada nos financiamentos a pessoas físicas
caiu de 55,1% ao ano para
52,7%. Trata-se do nível mais
baixo registrado pelo BC desde
agosto de 2008, quando os juros estavam em 52,1% ao ano.
Já o "spread" não teve o mesmo comportamento. Em fevereiro, ele respondia, em média,
por 41,5 pontos percentuais do
custo de um empréstimo para
pessoas físicas. Embora tenha
caído em relação a janeiro, o
"spread" ainda se encontra acima dos níveis de antes da piora
da crise. Em agosto, por exemplo, essa taxa estava em 38,6
pontos percentuais.
A taxa de inadimplência, por
sua vez, ficou praticamente estável. Nos empréstimos a pessoas físicas, os pagamentos
com atraso superior a 90 dias
representavam, em fevereiro,
8,3% do total de financiamentos. Em janeiro, a proporção estava em 8,2%.
"Spread" é a diferença entre a
taxa paga pelos bancos para
captar dinheiro no mercado e
os juros cobrados para repassar
esses recursos nos empréstimos a seus clientes. O governo
tem pressionado os bancos a
reduzir o "spread" para tentar
baratear o crédito e estimular a
recuperação da economia.
Para o presidente da Febraban (Federação Brasileira dos
Bancos), Fábio Barbosa, a redução do "spread" bancário no
mês passado pode ser o início
de uma tendência. Ao participar de audiência pública no Senado, ele disse que o "spread"
deve voltar aos níveis anteriores à crise, mas, para uma redução maior e de longo prazo, o
governo teria de tomar medidas estruturais, como a aprovação do cadastro positivo.
Empresas
Já nas operações de crédito
direcionadas para empresas, a
situação foi um pouco diferente. Em fevereiro, as taxas cobradas nesse segmento também recuaram, mas bem menos do que no caso das pessoas
físicas. Segundo o BC, o custo
médio de um financiamento
para pessoa jurídica passou de
31% ao ano para 30,8%.
Além disso, o volume de recursos destinado pelos bancos
a empréstimos para empresas
cresceu num ritmo bem mais
lento do que nos créditos a pessoas físicas. Entre janeiro e fevereiro, a expansão foi de 0,3%
e 1,1%, respectivamente.
Diante dos números até agora, o BC reduziu sua projeção
para a expansão do crédito neste ano. A estimativa, que era de
crescimento de 16%, caiu para
14%. Em 2008, a alta foi de 31%.
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