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"PROJETO CARNAVAL"
Estudo do Bear Stearns mostra que os preços da mexicana em 2003 superavam os de outros líderes
Tarifa da Telmex é a mais mais alta da AL
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A apreensão pela Polícia Federal
de documentos com indícios de
um eventual acordo entre as teles
fixas para o "alinhamento" de tarifas de telefonia pelo "teto" evidencia os potenciais danos da
concentração de mercado.
Mas a própria Telmex, que hoje
disputa com o consórcio Calais o
controle da Embratel, já foi acusada em passado recente de usar o
monopólio para estabelecer
maiores ganhos. Em 2003, o banco norte-americano Bear Stearns,
com base em dados da OCDE
(Organização para a Cooperação
e o Desenvolvimento Econômico), apurou que as tarifas praticadas pela Telmex no México, nos
serviços de telefonia residencial e
comercial, eram as mais altas entre as principais empresas do setor na América Latina.
De acordo com o relatório, as
tarifas das assinaturas residenciais e comerciais da Telmex são
em média 65% e 44,5%, respectivamente, mais caras do que as de
outras telefônicas que mantêm
posições líderes em seus países.
Segundo o banco, o custo de
instalação de uma linha residencial pela Telmex é 31,6% maior do
que a média das demais. No caso
de linhas comerciais, a discrepância era ainda maior: 167%. Para
fazer o estudo, o Bear Stearns considerou os preços cobrados pelas
brasileiras Telemar e Brasil Telecom, pela CTC (Companhia de
Telecomunicações do Chile), pela
Telecom Argentina e pela VNT
(Companhia Nacional de Telefones da Venezuela).
No levantamento, os ingressos
mensais pela assinatura residencial na Telmex eram de US$ 14,01,
ou 128,2% a mais do que a média
de US$ 6,14 das demais.
Para assinaturas comerciais, a
cota mensal, de US$ 17,72, era
99,5% mais alta que as das demais
companhias comparadas -cujo
custo médio era de US$ 8,88.
Ainda de acordo com o relatório, para instalar uma linha comercial a Telmex cobrava US$
313,40 -pelo menos oito vezes o
preço médio das demais empresas consideradas. Para as linhas
residenciais, cobrava US$ 101,12
contra a média de US$ 30,80 do
restante do continente.
Concorrência
A enorme diferença de preços se
explica em grande parte pela ausência de concorrência (e pela situação de monopólio que ainda
perdura no México), a despeito
do desembarque de rivais de peso, como a espanhola Telefónica.
Segundo a Comissão Federal de
Telecomunicações do México,
16,3 milhões de linhas (residenciais e comerciais) estavam em
funcionamento no país ao final
do ano passado. Desse total, 96%
estavam em poder da Telmex.
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