São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 2006

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MERCADO ABERTO

Setor têxtil quer ação contra China

O empresários do setor têxtil se reúnem amanhã num almoço em São Paulo com o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, para pedir medidas mais duras contra a invasão dos produtos chineses no país.
Uma delas deve ser a de aumento das alíquotas de importação, a exemplo do que fez o México, que criou uma taxa de 300% para o ingresso de produtos têxteis no país.
Furlan também irá receber um documento mostrando que o setor têxtil sofre a ameaça de fechar uma boa parte de seu parque industrial diante da concorrência desleal com a China. São várias as empresas do setor que ameaçam reduzir unidades.
Recentemente, a Moinho Santista promoveu um corte significativo na linha de produção e a Vicunha também está prestes a fechar as portas em São Paulo. Os cortes podem representar a demissão de 10 mil pessoas.
O almoço com Furlan foi organizado pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), que é presidida por Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas e filho do vice-presidente José Alencar. "Nós vamos ter com Furlan uma reunião de trabalho para discutir vários aspectos ligados ao setor têxtil e, como ministro ligado à indústria, ela certamente tem legitimidade para criar condições menos ou mais favoráveis para a área", diz Gomes da Silva.
Os empresários vão reclamar também o recente acordo fechado com a China de restrição voluntária de exportação de produtos têxteis chineses. O acordo é considerado insuficiente para conter a invasão chinesa.
O trabalho da Abit a ser apresentado ao ministro Furlan irá mostrar não só o risco de a balança comercial com a China passar a ser deficitária como também será ressaltado o fato de o Brasil estar exportando commodities e importando produtos de maior valor agregado.

INVESTIMENTO VERDE
A Rhodia incluiu o Brasil em sua lista ecológica. A empresa, uma das gigantes químicas do mundo, investirá US$ 11 milhões na implantação de uma unidade para reduzir emissões de gás de efeito estufa, em sua fábrica de Paulínia (SP). Segundo o francês Philippe Rosier, presidente da subsidiária Rhodia Energy Services, que está no Brasil para anunciar o novo projeto, o país foi escolhido pelo perfil industrial e comercial. "Além disso, o Brasil tem ambições em ser líder em projetos de MDL [Mecanismos de Desenvolvimento Limpo]", diz. A previsão é que a nova unidade comece a operar em 2007. Além dela, o grupo lança também um serviço de consultoria para projetos de redução de emissão de gases.

11º ANIVERSÁRIO
O Brasil irá registrar, em 2006, 11 anos consecutivos de crescimento menor do que a economia mundial, segundo a carta de conjuntura da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). De acordo com o documento, o Brasil vai crescer 4% neste ano, um resultado inferior aos 4,9% projetados pelo FMI. A carta de conjuntura aponta a política fiscal como principal fator de risco para o cenário em 2006 de taxa de câmbio estável, inflação convergindo para a meta, Selic em queda e crescimento expressivo do PIB. "A forte expansão em curso dos gastos do governo central e a evolução negativa do superávit primário poderão acabar pondo em dúvida o compromisso do governo em relação à meta de superávit primário de 4,25% do PIB em 2006 e nos próximos três anos", alerta a carta. Se isso ocorrer, o comportamento da inflação e do PIB pode ser prejudicado. A carta de conjuntura diz que a chance de esse efeito ocorrer em 2006 é muito baixa.

ALTA-TENSÃO
Os próximos dois dias devem ser tensos na Brasil Telecom. Hoje, será realizada a assembléia da Zain, a holding que controla a BrT, e amanhã, é a vez da BrT. A pauta será a aprovação dos balanços de 2005. O que se especula na BrT é que as assembléias podem deflagrar uma série de ações judiciais contra os ex-administradores da empresa indicados pelo Opportunity.

NA BOLSA DE NY
Sérgio Rosa, presidente da Previ, participa hoje, na Bolsa de Nova York, do lançamento do programa Princípios para Investimento Responsável da ONU. O objetivo é conscientizar investidores sobre responsabilidade social em seus negócios. A Previ foi a única instituição da América Latina convidada pela ONU. Participam ainda 20 dos maiores investidores do mundo. O pregão será aberto por Kofi Annan.

ELETROELETRÔNICOS
A classe C é a principal compradora de eletroeletrônicos no Brasil. Pesquisa da Eletros mostra que 63% das compras vêm da classe C e 42% da classe B. As classes A e D também compram, mas em menor ritmo.

PANO PARA MANGA
O grupo de vestuário, tecidos e calçados lidera o ranking do varejo no primeiro trimestre, com alta de 14% sobre 2005, segundo pesquisa da Fecomercio SP, divulgada na próxima semana.

ALÉM DA CERVEJA
O "casamento" entre futebol e cerveja no Brasil pode estar sacramentado, mas ainda há espaço para outras bebidas. Com esse espírito, a gigante mundial Diageo decidiu, pela primeira vez, investir "pesado" na Copa do Mundo no país, que terá cerca de um terço do orçamento de marketing da Johnnie Walker neste ano. "Na Copa passada, os jogos eram de madrugada. Mas, neste ano, serão à tarde e irão invadir a happy hour, o que nos motivou a adotar essa estratégia", diz Eduardo Bendzius, diretor da Diageo. As ações previstas incluem o lançamento de uma linha de copos com motivos que remetam à competição e parceria com cem bares em São Paulo, Recife e Salvador, além de anúncios que ligam o "striding man", ícone da marca de uísque, aos adversários da seleção brasileira na primeira fase do Mundial, por exemplo.


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