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MERCADO ABERTO
Setor têxtil quer ação contra China
O empresários do setor têxtil
se reúnem amanhã num almoço em São Paulo com o
ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan,
para pedir medidas mais duras
contra a invasão dos produtos
chineses no país.
Uma delas deve ser a de aumento das alíquotas de importação, a exemplo do que fez o México, que criou uma taxa de 300%
para o ingresso de produtos têxteis no país.
Furlan também irá receber um
documento mostrando que o setor têxtil sofre a ameaça de fechar
uma boa parte de seu parque industrial diante da concorrência
desleal com a China. São várias as
empresas do setor que ameaçam
reduzir unidades.
Recentemente, a Moinho Santista promoveu um corte significativo na linha de produção e a
Vicunha também está prestes a
fechar as portas em São Paulo. Os
cortes podem representar a demissão de 10 mil pessoas.
O almoço com Furlan foi organizado pela Abit (Associação
Brasileira da Indústria Têxtil),
que é presidida por Josué Gomes
da Silva, presidente da Coteminas e filho do vice-presidente José Alencar. "Nós vamos ter com
Furlan uma reunião de trabalho
para discutir vários aspectos ligados ao setor têxtil e, como ministro ligado à indústria, ela certamente tem legitimidade para
criar condições menos ou mais
favoráveis para a área", diz Gomes da Silva.
Os empresários vão reclamar
também o recente acordo fechado com a China de restrição voluntária de exportação de produtos têxteis chineses. O acordo é
considerado insuficiente para
conter a invasão chinesa.
O trabalho da Abit a ser apresentado ao ministro Furlan irá
mostrar não só o risco de a balança comercial com a China passar
a ser deficitária como também
será ressaltado o fato de o Brasil
estar exportando commodities e
importando produtos de maior
valor agregado.
INVESTIMENTO VERDE
A Rhodia incluiu o Brasil em sua lista ecológica. A empresa,
uma das gigantes químicas do mundo, investirá US$ 11 milhões na implantação de uma unidade para reduzir emissões
de gás de efeito estufa, em sua fábrica de Paulínia (SP). Segundo o francês Philippe Rosier, presidente da subsidiária
Rhodia Energy Services, que está no Brasil para anunciar o
novo projeto, o país foi escolhido pelo perfil industrial e comercial. "Além disso, o Brasil tem ambições em ser líder em
projetos de MDL [Mecanismos de Desenvolvimento Limpo]", diz. A previsão é que a nova unidade comece a operar
em 2007. Além dela, o grupo lança também um serviço de
consultoria para projetos de redução de emissão de gases.
11º ANIVERSÁRIO
O Brasil irá registrar, em 2006,
11 anos consecutivos de crescimento menor do que a economia mundial, segundo a carta de
conjuntura da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
De acordo com o documento, o
Brasil vai crescer 4% neste ano,
um resultado inferior aos 4,9%
projetados pelo FMI. A carta de
conjuntura aponta a política fiscal como principal fator de risco
para o cenário em 2006 de taxa
de câmbio estável, inflação convergindo para a meta, Selic em
queda e crescimento expressivo
do PIB. "A forte expansão em
curso dos gastos do governo central e a evolução negativa do superávit primário poderão acabar
pondo em dúvida o compromisso do governo em relação à meta
de superávit primário de 4,25%
do PIB em 2006 e nos próximos
três anos", alerta a carta. Se isso
ocorrer, o comportamento da
inflação e do PIB pode ser prejudicado. A carta de conjuntura diz
que a chance de esse efeito ocorrer em 2006 é muito baixa.
ALTA-TENSÃO
Os próximos dois dias devem
ser tensos na Brasil Telecom.
Hoje, será realizada a assembléia
da Zain, a holding que controla a
BrT, e amanhã, é a vez da BrT. A
pauta será a aprovação dos balanços de 2005. O que se especula
na BrT é que as assembléias podem deflagrar uma série de ações
judiciais contra os ex-administradores da empresa indicados
pelo Opportunity.
NA BOLSA DE NY
Sérgio Rosa, presidente da Previ, participa hoje, na Bolsa de
Nova York, do lançamento do
programa Princípios para Investimento Responsável da ONU. O
objetivo é conscientizar investidores sobre responsabilidade social em seus negócios. A Previ foi
a única instituição da América
Latina convidada pela ONU.
Participam ainda 20 dos maiores
investidores do mundo. O pregão será aberto por Kofi Annan.
ELETROELETRÔNICOS
A classe C é a principal compradora de eletroeletrônicos no
Brasil. Pesquisa da Eletros mostra que 63% das compras vêm da
classe C e 42% da classe B. As
classes A e D também compram,
mas em menor ritmo.
PANO PARA MANGA
O grupo de vestuário, tecidos e
calçados lidera o ranking do varejo no primeiro trimestre, com
alta de 14% sobre 2005, segundo
pesquisa da Fecomercio SP, divulgada na próxima semana.
ALÉM DA CERVEJA
O "casamento" entre futebol e
cerveja no Brasil pode estar sacramentado, mas ainda há espaço
para outras bebidas. Com esse espírito, a gigante mundial Diageo
decidiu, pela primeira vez, investir "pesado" na Copa do Mundo
no país, que terá cerca de um terço do orçamento de marketing da
Johnnie Walker neste ano. "Na
Copa passada, os jogos eram de
madrugada. Mas, neste ano, serão à tarde e irão invadir a happy
hour, o que nos motivou a adotar
essa estratégia", diz Eduardo
Bendzius, diretor da Diageo. As
ações previstas incluem o lançamento de uma linha de copos
com motivos que remetam à
competição e parceria com cem
bares em São Paulo, Recife e Salvador, além de anúncios que ligam o "striding man", ícone da
marca de uísque, aos adversários
da seleção brasileira na primeira
fase do Mundial, por exemplo.
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