São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 2006

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Bernardo diz que gasto maior era previsto

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem em Curitiba que o aumento de gastos do governo neste primeiro trimestre de ano eleitoral "estava previsto e anunciado".
Segundo ele, a partir de julho, as restrições da legislação eleitoral e da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) limitarão as ações do governo "ao básico".
"O que aceleramos de gasto [no primeiro trimestre] estava planejado e anunciado no final do ano passado", disse Bernardo.
Ele se referia ao relatório divulgado pelo Tesouro Nacional que apontou aumento de 14,5% nos gastos do governo no primeiro trimestre de 2006, em relação a 2005.
"Os investimentos deste ano têm que ser antecipados porque temos as restrições da lei eleitoral, que não permite fazer [novos] gastos no segundo semestre e ainda temos a Lei de Responsabilidade Fiscal" afirmou o ministro.
Ele prosseguiu: "Como é o último ano do governo [Lula], tudo [investimentos, novos gastos] tem que ser feito antecipadamente". Normalmente, fora de anos eleitorais, o governo gasta mais no segundo semestre de cada ano do que no primeiro.

Reforma
Bernardo fechou ontem à noite o Congresso Paranaense da Indústria, que tratou também da defesa da reforma política.
Ao abordar o tema, Bernardo defendeu como "fundamental" a questão do financiamento das campanhas políticas e disse que as reformas aprovadas pelo Congresso "são tímidas".
"Enquanto não tivermos campanhas financiadas de maneira transparente, vamos continuar tendo periodicamente escândalos para saber como foi financiada a campanha deste ou daquele candidato ou de todo mundo", disse.
Segundo Bernardo, "o Congresso tentou, mas fez mudanças tímidas. Não se avançou o suficiente, mas também [o assunto] é difícil e não quero colocar isso como uma crítica [aos parlamentares]", disse.
O presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures, disse que o Brasil precisa de um novo modelo de sistema político. Segundo ele, ""o ciclo do atual sistema acabou e só os políticos não se deram conta disso".


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