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HERANÇA DOS PLANOS
Em ação, CUT obteve pagamento maior do que de acordo
Sindicato quer nova correção de FGTS
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Advogados que representam
sindicatos beneficiados na ação
civil pública que garante o pagamento da correção do FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço) referente aos planos Verão (1989) e Collor 1 (1990) recorreram à Justiça para pedir que a
Caixa Econômica Federal convoque todas as entidades beneficiadas na ação para firmar o mesmo
acordo assinado com a CUT.
A Caixa fez acordo com 52 sindicatos cutistas que prevê o pagamento da correção de 16,64% do
Plano Verão e de 44,8% do Plano
Collor 1, além da aplicação da TR
(Taxa Referencial) e mais 3% ao
ano. Hoje, mais 31 sindicatos da
CUT firmarão acordo com a CEF.
Só têm direito às correções os
trabalhadores que tinham conta
no fundo com saldo em janeiro de
1989 e/ ou abril de 1990 e não assinaram o termo de adesão proposto pelo governo.
"Por que a Caixa fechou acordo
com 52 sindicatos da CUT quando existem mais de 3.000 habilitados nos 39 volumes desse processo?", questiona o advogado João
José Sady. Ele representa, na ação
civil pública, o sindicato dos trabalhadores em processamento de
dados nas estatais da capital.
O advogado entrou com pedido
de liminar no TRF (Tribunal Regional Federal) de São Paulo no
último dia 18 para pedir que a Caixa publique um edital convocando "todas as entidades habilitadas
no processo para que venham a
aderir ao acordo [feito com a
CUT]" e que estenda a todas elas
os mesmos benefícios firmados
com os sindicatos da central.
Para Sady, é preciso lembrar
que "não foi só a CUT que entrou
com a ação" que pedia a correção
das perdas do FGTS. Em sua petição ao desembargador federal
André Nabarrete, relator do processo que determina o pagamento
dos expurgos, o advogado afirma
que "não se pode acusar a Caixa,
sob gestão petista, de estar privilegiando os filiados à CUT, sabidamente ligada ao PT. Mas o banco
oficial adotaria uma atitude mais
justa se estendesse os termos a todos os trabalhadores aos quais
ainda é devido o FGTS. Afinal, o
Sol deve nascer para todos".
A Federação dos Empregados
no Comércio do Estado de São
Paulo, entidade que reúne cerca
de 60 sindicatos, também recorreu ao TRF com o mesmo pedido.
"O propagado "acordo da CUT"
deve obrigatoriamente ser estendido a todos os trabalhadores",
informa, em sua petição, o advogado Hedair de Arruda Falcão Filho, que representa a federação
dos comerciários.
O gerente de FGTS em São Paulo, Gildásio Freitas Silveira, representante da Caixa nos acordos firmados com os sindicatos, nega
que tenha havido qualquer favorecimento à CUT. "Foi a central
que nos procurou. Qualquer sindicato que esteja habilitado nessa
ação pode nos procurar para fazer
um acordo nesses moldes."
Ele afirmou que "vários acordos" -não soube precisar quantos- foram firmados, antes mesmo do assinado com a CUT, com
sindicatos ligados a outras centrais ou independentes. Citou o
dos ferroviários, o dos engenheiros e o dos eletricitários.
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