São Paulo, domingo, 27 de abril de 2008

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Fundo Brasil Sustentabilidade, do BNDES, chegará ao mercado com R$ 400 milhões

DA REDAÇÃO

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social finalizou os procedimentos para registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) do Brasil Sustentabilidade.
O fundo de private equity (de investimento e participações) vai financiar empresas, em geral de capital fechado, com potencial de lançar créditos de carbono, afirma Otávio Vianna, gerente da área de mercados de capitais do BNDES.
Para Hajime Uchida, gerente-geral do departamento de ambiente do Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro, há "muito potencial" nesse tipo de fundo.
O BNDES vai aplicar R$ 100 milhões no Brasil Sustentabilidade. Outros R$ 300 milhões serão captados no mercado. Formatado para investidores qualificados, não para pessoas físicas, o fundo terá retorno pela venda dos créditos de carbono e da energia gerada pelos projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo).
Segundo Vianna, o fundo propicia a chance de entrar no mercado de carbono, sem correr todo o risco, pois o retorno não virá apenas dos créditos.

Outros caminhos
Para pessoas físicas, no mês passado, o banco Real anunciou o lançamento do Fundo Floresta Real, com resultados convertidos em créditos de carbono. Produto de renda fixa com a meta de rentabilidade superior à variação do CDI (Certificado de Depósitos Interbancários), depois de quatro anos, o cotista terá direito a valor financeiro correspondente ao projeto de MDL da restauração da mata ciliar da bacia do rio Juquiá, em Registro (SP). A aplicação mínima para aplicação é de R$ 5.000. O fundo pretende chegar a R$ 250 milhões.
O Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro investe no filão da intermediação. Desde 2006, formata operações em que reúne pequenos e médios projetos de MDL para viabilizar o acesso ao mercado internacional, sobretudo europeu e japonês, diz Marcelo Alexander, gerente do departamento de ambiente, que também atua em outros países da América do Sul.
As iniciativas relacionadas à sustentabilidade ganham força com parcerias internacionais. Neste mês, a rede de hotéis Marriott assinou com o governo do Estado do Amazonas um acordo para viabilizar o programa de redução de emissões de carbono da empresa.
Um fundo vai entrar em operação. Os dividendos serão investidos, até 2013, na reserva do Juma, em Novo Aripuanã, perto do rio Madeira.

Bronze para o Brasil
Os dados mais recentes do Ministério da Ciência e Tecnologia mostram que a Organização das Nações Unidas conta com 3.101 projetos em alguma fase do ciclo de desenvolvimento, aprovação e registro. Desses, 891 foram registrados pelo Conselho Executivo do MDL.
O Brasil conta com 280 projetos (9% do total mundial), sendo 127 aprovados e registrados (13% do total). No país, 63% dos projetos são de energia elétrica a partir de fontes renováveis -com biomassa e geração hidráulica, de grande porte ou PCH (pequena central hidrelétrica). Depois vêm suinocultura (15%) e aterros sanitários (10%). Em número de projetos, a liderança mundial está com China (1.048) e Índia (874). (GF)


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