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MERCADO FINANCEIRO
Mercado também quer se informar sobre a ata da reunião do Copom, que manteve a taxa de juros
Feriados devem reduzir o giro da Bovespa
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois feriados na semana devem
reduzir ainda mais o giro de negócios na Bovespa (Bolsa de Valores
de São Paulo).
O mercado vai operar prensado
entre o dia de Corpus Christi, na
quinta-feira, e o feriado de hoje
nos Estados Unidos (Memorial
Day), em que o país homenageia
os mortos e veteranos de guerra.
A ata da reunião do Copom
(Comitê de Política Monetária)
do último dia 22 e os índices de inflação devem concentrar a atenção de investidores na semana.
"O mercado está ávido para ler a
ata porque os membros do Copom ficaram muito divididos na
votação", afirma Valmir Celestino, gestor de renda variável do
banco Safra.
"O Banco Central só faltou dizer
que vai cortar a taxa de juros básica, a Selic, em junho", diz o diretor do ABN-Amro Asset Management Alexandre Póvoa.
O Banco Central informou que
a decisão do Copom foi tomada
por 5 votos a 3- "o que equivaleu
a colocar um viés de baixa informal", completa Póvoa.
Analistas esperam que a ata do
Copom enfatize a desaceleração
da atividade econômica, sinalizando a queda da Selic na reunião
marcada para o dia 19 de junho, o
que beneficiaria a Bolsa.
A partir desta semana, a ata passa a ser divulgada por volta de
13h30 da quarta-feira seguinte ao
Copom, e não mais na quinta-feira subsequente à reunião.
Os dias pós-Copom foram agitados. Na última quarta-feira o
dólar atingiu sua maior cotação
no ano, fechando em R$ 2,525,
com alta de 1,73%, enquanto a Bovespa despencava 2,62%.
Na quinta-feira, foi a vez de o
risco-país disparar, contagiado,
segundo operadores, por perdas
na BM&F (Bolsa de Mercadorias
& Futuros). Ultrapassou o patamar dos mil pontos-base, mas
acabou fechando o dia em alta de
1,36%, em 972 pontos.
Bancos tiveram que vender ativos para fazer caixa e compensar
as perdas com transações no mercado futuro de cupom cambial.
Uma parcela de analistas afirma
acreditar que os cupons tenham
recuperado boa parte da queda
que haviam sofrido principalmente no ano passado.
"É possível que um grande ajuste já tenha sido feito e que os cupons fiquem estáveis", diz o diretor de renda fixa do BNP Paribas,
Marcelo Saddi Castro.
No último pregão da semana
que passou, a Bolsa fechou estável
e o câmbio recuou. O dólar registrou queda de 0,24% e a Bovespa
subiu 0,14%.
"A Bovespa não acompanhou
os maus resultados das Bolsas estrangeiras. Está obedecendo mais
a fatores internos do que externos. Se fosse apostar, apostaria
em uma ligeira melhora da Bovespa. Pode voltar aos 13 mil pontos,
mas não tem tendência de alta",
diz Póvoa.
Na sexta-feira, o superávit primário de abril, que atingiu o
maior resultado mensal do ano
(R$ 8,973 bilhões), ajudou a Bovespa a não mergulhar no pessimismo norte-americano.
O índice Dow Jones, da Bolsa de
Nova York, perdeu 1,10% e o Nasdaq (Bolsa eletrônica que reúne
ações de alta tecnologia) caiu
2,13%.
Para alguns analistas, Wall
Street reagiu exageradamente à
primeira revisão do PIB norte-americano do primeiro trimestre,
que subiu 5,6%, pouco abaixo da
estimativa anterior, de 5,8%.
O rebaixamento do "rating" do
setor de semicondutores pelo
Goldman Sachs e a proximidade
do Memorial Day ajudaram a reduzir os negócios do pregão, que
foi o de menor volume deste ano
na Bolsa de Nova York .
A agenda de amanhã destaca os
índices de inflação: IPC-Fipe, IPCA-15 e IGP-M.
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