São Paulo, sábado, 27 de maio de 2006

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BC considera país sólido contra turbulências

DA REPORTAGEM LOCAL

A tormenta que abalou os mercados emergentes ao longo desta semana não é suficiente para prejudicar os prognósticos de crescimento do Brasil neste ano.
A afirmação partiu do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. "Os fundamentos da economia brasileira hoje fazem com que o Brasil tenha condições de passar por essas turbulências com solidez", declarou ontem pela manhã, após encontro com membros do setor automotivo em São Paulo.
Em outro evento com representantes do setor de finanças, Meirelles voltou a expressar tranqüilidade em relação ao cenário externo. "A turbulência da última semana não teve efeito de gatilho de deterioração das condições da economia brasileira", afirmou.
Apesar de demonstrar confiança, o presidente do BC enfatizou que o Brasil não é "imune" a crises. "Não podemos ser complacentes. Temos que trabalhar muito", indicou.
Na avaliação de Meirelles, o esforço a ser feito é a manutenção da linha de austeridade e a continuidade do foco na meta de inflação. Sobre futuros cortes na taxa básica de juros -Selic-, Meirelles reiterou que os indicadores devem continuar a seguir uma "trajetória cadente", paralelamente à queda das expectativas de inflação.

Momento de ajuste
Ao fazer uma interpretação do cenário internacional, Meirelles disse que a economia mundial atravessa "uma fase de ajustes" norteada pela acomodação em novos patamares da economia norte-americana.
Meirelles avaliou que a economia dos Estados Unidos apresentava um quadro com pressões deflacionárias, o que permitiu que o Fed (banco central dos EUA) mantivesse uma política monetária mais relaxada. Hoje, porém, o cenário está diferente. Isso, disse, provoca "uma reação importante nos mercados. Mas é só ajuste".
A respeito do impacto que esse quadro pode provocar na política monetária brasileira, Meirelles declarou que essa é apenas uma das variantes analisadas. "Não compete ao BC tomar decisões baseadas em situações pontuais", afirmou.


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