São Paulo, domingo, 27 de maio de 2007

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Lupi distribui cargos para o PDT

Desde o início de abril, quando assumiu pasta do Trabalho, ministro já acomodou sete colegas do partido

Além dos nomeados, outros esperam sinal verde da Casa Civil; das 5 secretarias, 2 serão poupadas, pois já abrigam indicados por Lula


JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Há menos de dois meses no Ministério do Trabalho, o presidente do PDT, Carlos Lupi, já promoveu uma distribuição de cargos para acomodar colegas do seu partido.
Levantamento realizado pela Folha nas edições do "Diário Oficial" da União revela que pelo menos sete pedetistas foram nomeados para o Trabalho até sexta-feira. Outros dois já despacham no ministério, embora seus nomes ainda não tenham recebido sinal verde da Casa Civil.
A Folha ainda apurou que houve pedidos do gabinete do ministro Lupi para que cargos fossem colocados à disposição. A expectativa é que, nos próximos dias, mais cargos fiquem vagos atendendo a essas solicitações.
Das cinco secretarias que compõem o organograma do Trabalho, apenas duas deverão ser poupadas, porque abrigam indicações do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A Secretaria Nacional de Economia Solidária é comandada pelo professor Paul Singer, um dos fundadores do PT. Já a Secretaria de Relações do Trabalho está sob a responsabilidade do ex-deputado Luiz Antônio de Medeiros. O sindicalista não conseguiu uma vaga na última eleição e foi premiado com a secretaria por ter atuado ativamente na reeleição do presidente Lula.
Para a maior secretaria do ministério -de Políticas Públicas de Emprego-, Lupi indicou o ex-prefeito de Vila Velha (ES) Antônio Sérgio Vidigal. A nomeação espera a aprovação da equipe da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Vidigal, no entanto, vem trabalhando no Ministério do Trabalho. Já conta até com e-mail do governo e tem acompanhado Lupi em compromissos oficiais.
O mesmo ocorre com o tesoureiro do PDT, Marcelo Panella. Seu nome foi indicado para a chefia de gabinete do ministro e também aguarda uma posição do Palácio do Planalto. Mas Panella vem desempenhando funções no ministério.
A nomeação do pedetista e ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa foi publicada na última semana, quase um mês depois de Lupi ter anunciado sua indicação para a Secretaria Executiva do ministério.
A Secretaria de Inspeção do Trabalho será a próxima a passar por mudanças. A atual titular, Ruth Vilela, já anunciou a sua saída da pasta com a chegada de Lupi. Ainda não há indicação do ministro para o cargo.

Codefat
Entre os assessores especiais de Lupi, está o vice-presidente do PDT no Distrito Federal, Ezequiel Nascimento. Ele também ocupa a presidência do Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador), que administra um patrimônio de R$ 120 bilhões.
Outro a ocupar um assento no Codefat é o pedetista Anselmo Luis Cardoso Jund, do Diretório Nacional do PDT. Jund também é um dos assessores especiais do ministro. O ex-assessor de imprensa do partido Max Monjardim agora responde pela assessoria de comunicação do Trabalho.
Outros dois nomes oriundos do PDT são Corintho Onélio Campelo da Paz e Renato Ludwig de Souza. O primeiro foi escalado para ocupar o cargo de subsecretário-adjunto de Planejamento, Orçamento e Administração da Secretaria Executiva. Já Ludwig está encarregado de comandar o Departamento de Políticas de Trabalho e Emprego para a Juventude.
Com a ascensão do PDT ao Trabalho, esperava-se no mundo sindical que a Força Sindical, presidida pelo deputado Paulo Pereira da Silva, viesse a ocupar cargos no ministério. As mudanças feitas por Lupi até agora, no entanto, não contemplaram diretamente a central.
Em agosto, a Força levará a presidência do Codefat. Na última vez em que os trabalhadores estiveram na presidência, o cargo ficou com a CUT.


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