São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009

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Meirelles descarta o uso da taxa de juros para segurar o dólar

YGOR SALLES
DA FOLHA ONLINE

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, rejeitou ontem a tese do uso da política monetária para frear a desvalorização do dólar ante o real. Segundo ele, a taxa de juros deve ser uma âncora para a economia, em especial para cumprir as metas de inflação, e não uma biruta ao sabor das necessidades do mercado.
"Alguns analistas parecem crer que o objetivo da política monetária deve ser cambiante, segundo a conveniência do momento, ora voltados para o equilíbrio interno, ora para o externo. A consequência seria ter um regime monetário errático, uma política monetária que atuaria como uma biruta ao sabor do vento e não a âncora da estabilidade macroeconômica", disse Meirelles no 5º Congresso da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), em São Paulo.
"Felizmente, não é esse o objetivo precípuo nem a prática da política monetária implementada pelo BC, calcada no controle da inflação."
Dessa maneira, Meirelles rebate a tese do ministro Guido Mantega (Fazenda), que vê na queda da taxa básica de juros um instrumento para evitar que a cotação do dólar ante o real continue em queda.
Na sexta passada, por exemplo, Mantega disse que a queda da Selic era um instrumento, ao lado da compra de dólares para compor as reservas internacionais, para diminuir a tendência de desvalorização da moeda norte-americana.
Segundo o presidente do BC, os movimentos na taxa de câmbio respondem a diversos fatores, incluindo as condições macroeconômicas externas e a confiança dos investidores.
"Sob o regime atual, que vem servindo muito bem ao Brasil nesses últimos dez anos, cabe à taxa de câmbio, e não à taxa de juros, reagir a toda essa combinação de fatores", disse.


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