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Meirelles descarta o uso da taxa de juros para segurar o dólar
YGOR SALLES
DA FOLHA ONLINE
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, rejeitou ontem a tese do uso da política monetária para frear a desvalorização do dólar ante o real.
Segundo ele, a taxa de juros deve ser uma âncora para a economia, em especial para cumprir as metas de inflação, e não
uma biruta ao sabor das necessidades do mercado.
"Alguns analistas parecem
crer que o objetivo da política
monetária deve ser cambiante,
segundo a conveniência do momento, ora voltados para o
equilíbrio interno, ora para o
externo. A consequência seria
ter um regime monetário errático, uma política monetária
que atuaria como uma biruta ao
sabor do vento e não a âncora
da estabilidade macroeconômica", disse Meirelles no 5º
Congresso da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), em São Paulo.
"Felizmente, não é esse o objetivo precípuo nem a prática
da política monetária implementada pelo BC, calcada no
controle da inflação."
Dessa maneira, Meirelles rebate a tese do ministro Guido
Mantega (Fazenda), que vê na
queda da taxa básica de juros
um instrumento para evitar
que a cotação do dólar ante o
real continue em queda.
Na sexta passada, por exemplo, Mantega disse que a queda
da Selic era um instrumento, ao
lado da compra de dólares para
compor as reservas internacionais, para diminuir a tendência
de desvalorização da moeda
norte-americana.
Segundo o presidente do BC,
os movimentos na taxa de câmbio respondem a diversos fatores, incluindo as condições macroeconômicas externas e a
confiança dos investidores.
"Sob o regime atual, que vem
servindo muito bem ao Brasil
nesses últimos dez anos, cabe à
taxa de câmbio, e não à taxa de
juros, reagir a toda essa combinação de fatores", disse.
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