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Confiança dos americanos tem maior alta em seis anos
Índice de otimismo do consumidor atinge maior nível em 8 meses; Bolsa de NY sobe 2,37%
Dado supera a expectativa
de analistas e ofusca notícia
de que preços de residências
sofreram maior queda
trimestral em 21 anos
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
Surpreendentemente, o
principal indicador que mede a
confiança dos consumidores
nos Estados Unidos deu em
maio o maior salto em seis anos
e voltou a um patamar próximo
ao da explosão da atual crise
global, ainda que inferior.
A surpresa ocorreu ao mesmo tempo em que os preços dos
imóveis no país continuam em
queda livre, indicando uma ainda longa recessão.
O resultado da pesquisa feita
pelo Conference Board sobre a
confiança dos consumidores
deu forte impulso à Bolsa de
Valores de Nova York. No pregão, foram beneficiadas principalmente as empresas voltadas
diretamente ao consumo, como Home Depot, Macy's e
McDonald's. O Dow Jones subiu 2,37%; o S&P 500, 2,63%; e
a Nasdaq, 3,45%.
Segundo o Conference
Board, o indicador da confiança
dos consumidores saltou de
40,8 pontos em abril para 54,9
pontos em maio -o maior nível
em oito meses. A média dos
analistas apostava em elevação
para 42 pontos. Em setembro,
mês que marca o início da fase
aguda da crise, com a quebra do
Lehman Brothers, o indicador
estava em 61,4 pontos.
O aumento é o maior desde
abril de 2003, quando os norte-americanos passaram a acreditar que a invasão dos EUA no
Iraque seria resolvida rapidamente. De lá para cá, mais de
3.500 soldados norte-americanos morreram na guerra.
Nas últimas semanas, não
apenas várias autoridades vêm
insistindo na existência de "sinais de recuperação" como
também a Bolsa de Nova York
reagiu a uma esperança de que
o pior tenha ficado para trás.
Como a maioria dos americanos que têm alguma poupança
normalmente aplica seu dinheiro na Bolsa, o "efeito riqueza" entre eles deve ter aumentado e contribuído para se tornarem mais confiantes. Desde
março, a Bolsa no país registra
valorização de cerca de 20%.
Imóveis
A retomada da confiança dos
consumidores obliterou a má
notícia no mercado de imóveis,
considerado também uma das
maiores fontes de poupança de
quem já tem uma residência ou
está financiando uma.
Em março, o preço médio das
residências em 20 grandes
áreas metropolitanas caiu
18,7%. Na média do primeiro
trimestre, o tombo foi de 19,1%,
o maior em 21 anos, desde que a
Standard & Poor's/Case Shiller
começou a calcular o indicador.
Nos Estados onde a crise
imobiliária (que detonou a
atual recessão) começou mais
cedo, como Califórnia, Flórida
e Arizona, a queda nos preços
continua bem acima da média.
"Há ainda uma estoque muito grande de casas à venda, o
que continua colocando os preços dos imóveis em uma tendência de queda", diz Gary Thayer, do banco Wells Fargo.
Apesar da retomada da confiança dos consumidores, o
preço dos imóveis nos EUA ainda é considerado "chave" para a
recuperação da economia como um todo.
Tanto da situação financeira
dos proprietários das casas como da saúde dos bancos -entupidos com os chamados "ativos
tóxicos" gerados pela explosão
da bolha imobiliária.
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