DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ganho dos bancos com os empréstimos concedidos a seus clientes subiu pela quinta vez seguida no mês passado, segundo levantamento feito pelo Banco Central. De acordo com o BC, os bancos cobravam, em média, 57,8% ao ano nos seus financiamentos. Desse valor, 33,7 pontos percentuais correspondiam ao chamado "spread" bancário.
"Spread" é o nome dado para a diferença entre aquilo que o banco paga para captar recursos no mercado e o que ele cobra para repassá-los a seus clientes. "É onde está a margem de lucro dos bancos", afirma o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
A alta ocorrida em maio foi pequena, já que, em abril, o "spread" estava em 33,6 pontos. Mas a taxa ainda é muito superior aos 29,2 pontos praticados em maio de 2002. Lopes diz, porém, que a tendência é que tanto o "spread" quanto os juros cobrados pelos bancos comecem a cair nos próximos meses. "A concorrência entre os bancos vai levar à redução", afirma.
No caso dos juros efetivamente cobrados das pessoas físicas, porém, houve queda. A taxa anual caiu de 85,1% para 83,7%. No cheque especial, os juros praticados recuaram pela primeira vez desde agosto de 2002, embora permaneçam elevados: caíram de 178,5% ao ano para 177,6%.
Lopes citou vários anúncios de bancos que estariam reduzindo seus juros nos últimos dias como um sinal de que esse corte nas taxas já começou.


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