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Decisão do TRF lança dúvidas sobre a autorização de compra de ex-subsidiária
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
Uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região lançou dúvidas ontem sobre a autorização concedida à Volo para a compra da VarigLog pela
Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) na última sexta-feira. O desembargador Souza
Prudente determinou que a
Volo deve repassar à agência
"acordos financeiros previamente estabelecidos" com a
VarigLog e outros documentos
pedidos pela Anac.
Pessoas do setor disseram à
Folha que a liminar da Justiça
invalidaria a decisão da Anac de
sexta-feira. Insistentemente
procurada, a assessoria de imprensa da agência não respondeu aos recados deixados pela
Folha e não se manifestou. Diretores da Anac mantinham diversas reuniões fechadas no
início da noite de ontem, mas o
assunto discutido era sigiloso.
O que não estava claro até o
fechamento desta edição era o
conteúdo dos documentos que
a Volo lutava na Justiça para
não repassar à Anac. Ainda que
tratassem da origem dos recursos da Volo, também era incerto até que ponto a Anac teria
que reconsiderar uma decisão
já tomada por sua diretoria.
Pela manhã, em entrevista
exclusiva concedida à Folha, o
presidente da agência, Milton
Zuanazzi, assegurou que a Volo
teria entregue toda a documentação solicitada pela Anac, sublinhando que a origem do capital não foi impedimento para
que a transferência de ações se
concretizasse.
Por volta das 23h30 de sexta-feira, a Anac concedeu autorização à Volo -vinculada ao
fundo americano Matlin Patterson- para a compra da VarigLog, ex-subsidiária da Varig
no setor de cargas. A medida
abre caminho para que a empresa apresente agora uma
proposta de compra da Varig
operacional, em leilão judicial.
Sindicato contesta
O Snea (Sindicato Nacional
das Empresas Aéreas) questiona a decisão, sob a alegação de
que a Anac fez vista grossa à
exigência legal de só 20% de capital estrangeiro em aéreas.
De acordo com o diretor de
Relações Governamentais do
Snea, Anchieta Hélcias, a liminar de ontem enfraquece a autorização da Anac. "É uma demonstração de que a decisão da
Anac não tem sustentação legal
porque ela abdicou de um poder que a lei lhe obriga", afirmou à Folha.
Segundo o advogado Jose
Marcio Mollo, também do
Snea, a Anac está "passando
por cima da lei que regulamenta o processo administrativo",
por ter aberto vistas ao processo apenas na sexta-feira. "Necessariamente temos que ter
acesso e dez dias para nos manifestarmos sobre a documentação", acrescentou.
A transferência de ações da
VarigLog para a Volo se baseou
em parecer da Procuradoria
Jurídica da Anac, finalizado na
sexta-feira passada. Segundo
Zuanazzi, presidente da agência, não caberia ao órgão regulador investigar origem dos recursos das empresas, mas à Fazenda e Receita Federal.
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