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PF prende oito em ação contra fraudes em importações
Grupo é acusado de sonegar R$ 50 mi anuais com subnotificação de notas de equipamentos de informática e produtos eletrônicos
Produtos chegavam ao país via empresas de fachada; "laranjas" dificultavam
identificação do real importador, segundo polícia
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A Polícia Federal prendeu
ontem oito pessoas ligadas a
importadoras e revendedoras
de equipamentos de informática e eletrônicos e cumpriu 39
mandados de busca e apreensão em empresas de cinco Estados sob a acusação de descaminho, sonegação fiscal e lavagem
de dinheiro.
Entre os presos, está o dono
da Nave Informática Ltda., Pedro Agrizzi. Ele foi detido em
sua casa no centro de Foz do
Iguaçu (PR), na divisa da cidade
paraguaia de Ciudad del Este,
na Tríplice Fronteira, quando
tentava pular um muro.
Denominada Columbus, a
operação teve auxílio da Receita Federal e de duas agências
policiais dos EUA (imigração e
assuntos internos) na busca de
documentos na sede de Miami
(Flórida) da Nave.
Fornecedora de equipamentos de informática para lojas no
varejo no Brasil, a Nave é suspeita de subnotificação de notas fiscais nas guias de importação para burlar o fisco. Tem
ainda loja virtual na internet,
em que seus principais produtos são notebooks e peças de reposição de computadores.
O superintendente da Receita no Paraná, Luiz Bernardi,
disse que o esquema movimentava vendas num volume de
US$ 250 milhões anuais no
Brasil. O prejuízo ao fisco é estimado em R$ 50 milhões anuais.
Além de Agrizzi, também foram presos em Foz dois executivos da Nave. Das demais prisões, uma foi em Curitiba e
quatro em São Paulo (capital,
Barueri, Campinas e Santos).
Um dos presos em Foz fora
operador de câmbio do doleiro
Toninho da Barcelona, detido
na Operação Farol da Colina.
As oito prisões são temporárias, para permitir à investigação, iniciada há 11 meses, o recolhimento de provas. As buscas e as apreensões se deram
em São Paulo, Paraná, Minas,
Espírito Santo, Salvador e EUA.
Escutas telefônicas indicaram que um servidor da Receita, que trabalhava em um porto
seco de Varginha (MG), seria o
responsável por passar informações para o grupo.
Segundo o superintendente
da PF do Paraná, Alcyon Dalla
Carbonare, os detidos também
são suspeitos de formação de
quadrilha, falsidade ideológica
e crime contra o sistema financeiro. O modo de operação era
semelhante ao detectado na
Operação Dilúvio, de agosto de
2006, e das importações feitas
pela loja de artigos de luxo Daslu, segundo a PF: os produtos
chegavam ao Brasil por meio de
empresas de fachada. Com "laranjas" à frente, o esquema dificultava a identificação do real
importador e da empresa que
encomendou a compra.
As mercadorias contratadas
em Miami e Taiwan chegavam
ao Brasil via portos (especialmente o do Espírito Santo) e
pela aduana de Foz. A venda interna era feita sem nota fiscal.
O ex-superintendente da PF
no Paraná (que assumiu a regional de São Paulo) Jaber Saadi disse que a participação da
polícia americana decorreu ""do
trabalho conjunto" que já realizava com a PF em Foz.
O juiz substituto da 2ª Vara
Criminal de Curitiba decretou
segredo de Justiça no processo
e não autorizou a divulgação
dos nomes presos.
Colaborou CLAUDIA ROLLI, da Reportagem Local
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