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Lula e Chávez devem fechar 15 acordos em Caracas
Entre eles, está o envio de gás para o Nordeste brasileiro
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega hoje a Caracas
para a quarta reunião bilateral
com o colega Hugo Chávez em
nove meses. A previsão é que
sejam fechados cerca de 15
acordos em áreas como gás, telecomunicações e energia elétrica, envolvendo os dois governos e empresas brasileiras.
Ontem, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli,
se reuniu com representantes
da PDVSA para negociar a compra de Gás Natural Liqüefeito
(GNL) para o abastecimento do
Nordeste brasileiro, a partir de
2014. Caso seja fechado, o contrato de compra afasta ainda
mais a viabilidade em médio
prazo do megaprojeto Gasoduto do Sul, que teria um ramal
dirigido ao Nordeste -o transporte do GNL é feito por navio.
Na área elétrica, os dois presidentes assinarão um acordo
para estudar a interligação
energética entre os dois países,
o que será viável após a construção do linhão Manaus
(AM)-Tucuruí, obra de 1.800
km ainda em fase de leilão que
conectará a capital amazônica
ao restante do país.
Como já há uma ligação entre
Boa Vista (RR) e a Venezuela,
faltaria um linhão entre a capital de Roraima e Manaus para
unir os dois países.
Na área de telecomunicações, será discutido o uso da estrutura existente na Venezuela
para levar internet banda larga
a Boa Vista e Manaus por meio
de fibra ótica, barateando o uso
da web nessas capitais.
Também estão previstos
acordos de empresas brasileiras, segundo a Folha apurou. A
construtora Andrade Gutierrez
deve assinar memorandos para
a construção de uma grande siderúrgica e de um estaleiro na
Venezuela. A Odebrecht Óleo e
Gás deve fechar um acordo para a recuperação de campos de
petróleo maduro. Finalmente,
a Braskem negocia um acordo
para a venda de polietileno e
outros produtos.
Na visita de hoje, também
pode ser finalmente anunciado
um acordo entre a Petrobras e
a PDVSA para formar a empresa que administrará a refinaria
de Pernambuco.
Em setembro, os dois presidentes decidiram se reunir a
cada três meses, em meio à crise diplomática em torno do
atraso na aprovação pelo Congresso brasileiro da entrada da
Venezuela no Mercosul. O próximo encontro deve ocorrer no
segundo semestre no Brasil.
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