São Paulo, sábado, 27 de julho de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa paulista caiu mais 4,64% ontem; investidores ainda aguardam acordo entre Brasil e FMI

Bovespa teve queda de 12,9% na semana

DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez em semanas a Bolsa de Valores de São Paulo se descolou das Bolsas internacionais. O Ibovespa encerrou o dia em forte baixa de 4,64%, a 9.217 pontos, enquanto no exterior boa parte dos mercado conseguiu fechar o dia com razoáveis valorizações. O giro financeiro ontem fechou dentro da média diária dos últimos meses, em R$ 548,674 milhões. Nesta semana, a Bolsa acumulou perda de 12,9%. No ano, a queda está em 32%.
O dia foi bastante volátil para a Bovespa, que chegou a cair 5,28% e a subir 1,17%.
Pela manhã, o mercado seguiu as Bolsas européias, que caíam forte. Como nos EUA Nasdaq e Dow Jones abriram próximas à estabilidade, o humor começou a melhorar. O melhor momento do dia foi após o anúncio de que o ministro Pedro Malan (Fazenda) daria entrevista coletiva. Investidores davam quase que como certo o anúncio de um novo acordo entre o Brasil e o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Porém Malan não anunciou nenhuma medida concreta, o que frustrou as expectativas do mercado. A Bolsa, a partir de então, caiu forte.
Operadores e analistas verificam fortes saídas de investimento estrangeiro do mercado doméstico. A percepção tem sido reforçada por número divulgados pela Bovespa -nos primeiros 20 dias deste mês, a saída de recursos externos foi de R$ 288,6 milhões.
A avaliação é que bancos estrangeiros não suportam mais ter prejuízos. Após as perdas na Argentina e os escândalos nos EUA, ninguém tolera arriscar manter aplicações no Brasil -país com cenário político instável devido às eleições presidenciais.
"Há a avaliação de que este pode ser um momento de compra porque os preços estão muito baratos", diz Alan Gandelman, da corretora Ágora Sênior. "Mas também há uma percepção de que eles podem cair ainda mais."
Ainda de acordo com a avaliação de Gandelman, o investidor, em vez de comprar um papel 50% mais barato, preferiria comprá-lo com preço 40% menor, mas com uma melhor percepção para o cenário futuro.
Os juros futuros, na BM&F, subiram bastante ontem. Nos contratos para janeiro de 2003, os mais negociados, a projeção para a taxa passou de 22,38% para 23,12%.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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