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PREÇOS
Terceira prévia registra 0,43%, a metade do previsto pela Fipe para o mês
Inflação deve ficar abaixo do esperado
ALESSANDRA KIANEK
DA REDAÇÃO
O grande impacto dos reajustes
de tarifas públicas na taxa de inflação esperado para a segunda
quinzena deste mês ainda não
aconteceu. Segundo a Fipe, os
preços subiram 0,43% nos últimos 30 dias até o dia 23. Na prévia
anterior, até o dia 15 deste mês, o
aumento tinha sido de 0,27%.
A Fipe (Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas) prevê
uma taxa de inflação para este
mês em torno de 0,85%. Mas, segundo o coordenador-adjunto do
IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, Juarez Rizzieri, é
pouco provável que a taxa aumente tanto, ao ponto de dobrar,
na última semana do mês.
Para julho e agosto, a instituição
espera o repasse ao consumidor
do reajuste de energia, gás, telefone, gasolina, pedágio e água.
Até agora, o impacto das tarifas
foi pequeno. Apenas os aumentos
do gás (3,92%), da gasolina
(2,29%) e da conta de telefone fixo
(1,07%) refletiram na inflação
-com contribuição no índice de
0,03 ponto percentual, de 0,06
ponto percentual e de 0,02 ponto
percentual, respectivamente.
O lado ruim de o IPC ainda não
registrar o aumento das tarifas é
que em agosto o impacto poderá
ser maior. Para o próximo mês, a
previsão da taxa de inflação da Fipe também é 0,85%.
Para Rizzieri, além do aumento
da inflação, agosto será um mês
volátil e muito especulativo. Devido a incertezas políticas, não há,
segundo ele, como o Banco Central agir agora no mercado de
câmbio. No mês que vem, a "presença de Armínio Fraga [presidente do BC" para segurar o dólar
será muito forte", principalmente
após o início do horário eleitoral
gratuito, em 20 de agosto.
Questionado sobre a pressão do
dólar nos preços, Rizzieri explica
que, na conjuntura atual, sem
uma grande demanda, nenhuma
empresa irá reajustar seu preço
pela alta do dólar, porque, se o fizer, não vai conseguir vender.
O grupo alimentação foi o que
mais subiu nos últimos 30 dias,
com alta de 0,98%. Os produtos
da cesta básica foram os itens que
sofreram os maiores reajustes.
O pão francês subiu 6,82%; o
feijão, 15,88%; o óleo de soja,
9,88%; e o arroz, 3,45%. Os motivos para a alta desses alimentos
são o dólar, a entressafra e, no caso do feijão, a quebra de safra.
O grupo despesas pessoais teve
alta de 0,65%, puxado pelo aumento das viagens (3,98%) e dos
parques de diversões (10,37%),
devido às férias escolares.
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