São Paulo, sábado, 27 de julho de 2002

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PREÇOS

Terceira prévia registra 0,43%, a metade do previsto pela Fipe para o mês

Inflação deve ficar abaixo do esperado

ALESSANDRA KIANEK
DA REDAÇÃO

O grande impacto dos reajustes de tarifas públicas na taxa de inflação esperado para a segunda quinzena deste mês ainda não aconteceu. Segundo a Fipe, os preços subiram 0,43% nos últimos 30 dias até o dia 23. Na prévia anterior, até o dia 15 deste mês, o aumento tinha sido de 0,27%.
A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) prevê uma taxa de inflação para este mês em torno de 0,85%. Mas, segundo o coordenador-adjunto do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, Juarez Rizzieri, é pouco provável que a taxa aumente tanto, ao ponto de dobrar, na última semana do mês.
Para julho e agosto, a instituição espera o repasse ao consumidor do reajuste de energia, gás, telefone, gasolina, pedágio e água.
Até agora, o impacto das tarifas foi pequeno. Apenas os aumentos do gás (3,92%), da gasolina (2,29%) e da conta de telefone fixo (1,07%) refletiram na inflação -com contribuição no índice de 0,03 ponto percentual, de 0,06 ponto percentual e de 0,02 ponto percentual, respectivamente.
O lado ruim de o IPC ainda não registrar o aumento das tarifas é que em agosto o impacto poderá ser maior. Para o próximo mês, a previsão da taxa de inflação da Fipe também é 0,85%.
Para Rizzieri, além do aumento da inflação, agosto será um mês volátil e muito especulativo. Devido a incertezas políticas, não há, segundo ele, como o Banco Central agir agora no mercado de câmbio. No mês que vem, a "presença de Armínio Fraga [presidente do BC" para segurar o dólar será muito forte", principalmente após o início do horário eleitoral gratuito, em 20 de agosto.
Questionado sobre a pressão do dólar nos preços, Rizzieri explica que, na conjuntura atual, sem uma grande demanda, nenhuma empresa irá reajustar seu preço pela alta do dólar, porque, se o fizer, não vai conseguir vender.
O grupo alimentação foi o que mais subiu nos últimos 30 dias, com alta de 0,98%. Os produtos da cesta básica foram os itens que sofreram os maiores reajustes.
O pão francês subiu 6,82%; o feijão, 15,88%; o óleo de soja, 9,88%; e o arroz, 3,45%. Os motivos para a alta desses alimentos são o dólar, a entressafra e, no caso do feijão, a quebra de safra.
O grupo despesas pessoais teve alta de 0,65%, puxado pelo aumento das viagens (3,98%) e dos parques de diversões (10,37%), devido às férias escolares.



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