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PREVIDÊNCIA
Queda real foi de 12,9% em junho; arrecadação registrou recordes no mês passado e no primeiro semestre
Déficit do INSS cai, apesar da alta do mínimo
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo com o impacto do aumento do salário mínimo pago no
mês passado, o déficit do INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social) caiu, em termos reais, 12,9%
em junho em relação a maio.
O saldo ficou negativo em R$
1,585 bilhão. No ano, o desequilíbrio das contas já chega a R$
11,969 bilhões -crescimento de
15,7% em relação ao primeiro semestre de 2003.
Segundo o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer,
no mês passado as contas do INSS
apresentaram recorde histórico
de arrecadação para junho. O
bom desempenho da receita
amorteceu os impactos do aumento do salário mínimo e da
correção dos benefícios.
O governo concedeu em maio
(efeito de caixa em junho) reajuste de 8,3% para o salário mínimo,
que passou a R$ 260. O aumento
real foi de 1,2%. Já os benefícios
acima do mínimo foram corrigidos apenas pela inflação acumulada de 4,53%.
Na época, o principal argumento do governo para conceder um
aumento real tão pequeno para o
mínimo foi o reflexo negativo que
um reajuste maior teria sobre as
contas da Previdência.
"A arrecadação cresceu significativamente em junho. Houve aumento na receita corrente por
conta da melhora no mercado de
trabalho. Mas o principal [fator]
foi a recuperação de créditos na
Justiça", declarou o secretário.
A recuperação de créditos praticamente dobrou em junho na
comparação com maio, subindo
de R$ 524 milhões para R$ 1 bilhão. "Não podemos contar com
esse salto nos demais meses", disse Schwarzer. Um dos motivos
para a alta dessa receita foi a volta
ao trabalho dos procuradores do
INSS, que estavam em greve.
O secretário também argumenta que, com a recuperação da economia, as empresas procuram
quitar seus débitos com a Previdência, acertando suas dívidas.
Em junho, a arrecadação total
da Previdência foi de R$ 7,899 bilhões, o que representa aumento
de 8% em relação a maio. Os gastos com o pagamento de benefícios cresceu 3,9%, ficando em R$
9,485 bilhões.
Na comparação com junho do
ano passado, o saldo negativo nas
contas da Previdência também
caiu. A queda foi de 20,6%.
Recorde semestral
O secretário acrescentou que a
arrecadação no semestre também
é um recorde na história da Previdência. No período, foram arrecadados R$ 42,938 bilhões, ou seja,
aumento de 12,8% sobre os R$
38,060 bilhões do primeiro semestre de 2003. A explicação para
o aumento na arrecadação é a melhoria no mercado de trabalho.
As despesas cresceram 13,4%,
saindo de R$ 48,406 bilhões no
seis primeiros meses do ano passado para R$ 54,908 bilhões no
mesmo período deste ano. "A taxa de inflação estava muito alta
nos primeiros meses de 2003,
achatando o valor real dos benefícios. Como neste ano os benefícios mantiveram o valor real,
houve esse crescimento real na
despesa", explicou o secretário.
A previsão da Previdência é que
neste ano o déficit do INSS chegue
a R$ 29,7 bilhões. Esse valor não
inclui o gasto de R$ 600 milhões
que o governo estima ter com o
acordo para o pagamento da dívida com os aposentados. A partir
de setembro, eles terão seus benefícios corrigidos em até 39,67%.
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