|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COMÉRCIO
Negociador dos EUA pede "abertura substancial" para retomar rodada de liberalização comercial; prazo vence dia 31
Acordo na OMC será difícil, prevê Zoellick
DA REDAÇÃO
Representante americano para
o comércio exterior e negociador-chefe do país, Robert Zoellick disse ontem que os EUA não aceitarão um acordo para destravar a
Rodada Doha sem que haja uma
"abertura substancial" nas áreas
agrícola, de bens e de serviços.
"Ainda temos muitos obstáculos. Com 147 países na OMC [Organização Mundial do Comércio], alcançar um consenso é muito difícil. Mas não aceitaremos
um acordo apenas para o bem das
negociações. Para honrar a proposta de Doha, deverá haver abertura substancial em agricultura,
bens e serviços", disse Zoellick.
O americano estará hoje e amanhã em Genebra, sede da OMC,
para discutir o esboço do documento que vai conduzir as negociações da Rodada Doha, o mais
recente movimento de liberalização comercial, lançada no Qatar
em 2001 e que está travada.
Cerca de 30 ministros de Comércio são esperados nesta semana em Genebra. No sábado, dia
31, acaba o prazo estabelecido pela OMC para a retomada das discussões, pois a percepção é que as
eleições presidenciais americanas
e mudanças de governo em outros países deixarão as conversas
suspensas ao menos até 2005.
Apresentado há dez dias pela
OMC, o esboço chegou a receber a
aprovação condicional de dois
dos principais negociadores, Brasil e União Européia, que, no entanto, não abrem mão de alguns
pontos específicos.
Desequilíbrio
Os europeus voltaram ontem a
externar preocupação com o que
classificam de desequilíbrio do
documento da OMC: a possibilidade de que, enquanto eliminam
seus subsídios à exportação agrícola, outros países desenvolvidos,
em especial os EUA, mantenham
seus mecanismos de ajuda de forma disfarçada, como créditos para a exportação.
Os europeus ainda acreditam
que o esboço tem foco exagerado
no tema agrícola e pedem atenção
a questões como acesso a mercados, segundo a imprensa local.
Um comunicado de ministros
das áreas de comércio e de relações exteriores da UE deu suporte
ontem à posição de negociador de
Pascal Lamy, comissário europeu
para o comércio, mas ressaltou a
necessidade de "melhorar o equilíbrio do esboço [da OMC]".
A reunião ministerial havia sido
um pedido da França, país europeu que mais tem demonstrado
preocupação com as concessões
do bloco na área agrícola.
Com agências internacionais
Texto Anterior: O vaivém das commodities Próximo Texto: Internet: Google espera obter US$ 3,3 bi com ações Índice
|