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Brasil é 119º em competitividade
País fica atrás de emergentes como Rússia e México em ranking das nações onde é mais fácil fazer negócios
Dificuldades passam pelo
total de dias para abrir uma
empresa e pela tributação;
DF é unidade da Federação
mais competitiva do país
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Em matéria de competitividade, o Brasil perde feio para
economias menores e menos
desenvolvidas: o país aparece
apenas na 119ª posição do ranking que ordena 155 nações onde é mais fácil fazer negócios,
elaborado pelo Banco Mundial
com dados de 2005.
No topo da lista, estavam Nova Zelândia, Cingapura, EUA,
Canadá e Noruega. Entre os 30
primeiros, só apareciam dois
latino-americanos: Chile (25º)
e Porto Rico (22º). Um dos países que mais crescem no mundo, a Índia não constava, porém, nas melhores posições. Ao
contrário, registrou o 116º lugar, três à frente do Brasil. Outros emergentes ficaram mais
bem posicionados -México
(73º) e Rússia (79º).
Pela primeira vez, o Banco
Mundial investigou em quais
Estados brasileiros as empresas encontram mais facilidades
para investir. O Distrito Federal ficou na dianteira, onde havia, em 2005, o maior nível de
competitividade, seguido por
Amazonas e Minas Gerais. São
Paulo aparecia em 11º lugar,
dos 13 pesquisados. O pior desempenho era do Ceará.
Para realizar o estudo, o Banco Mundial selecionou os seguintes indicadores: tempo para abertura de empresas, registro de propriedade, obtenção
de crédito (registro de garantias), cumprimento de contratos e pagamento de impostos.
Em 2005, o interessado levava 152 dias, em média, para
abrir uma empresa em São
Paulo, Estado que teve o pior
resultado nesse indicador. Já o
Rio de Janeiro era o que tinha a
maior carga de impostos
-208% em relação ao lucro
bruto médio registrado pelas
empresas. Com exceção do
Amazonas (89%, em razão da
isenção da Zona Franca), os demais Estados e o Distrito Federal registraram percentuais de
137% (CE) a 153% (RS).
No Brasil, fazer cumprir um
contrato questionado na Justiça demora, em média, 2,5 anos.
Segundo relatório do Banco
Mundial, o alto custo de abrir
uma firma estimula a informalidade no país -estimada pelo
IBGE em 42% da produção em
2002-2003.
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan,
disse não enxergar a pesquisa
como uma "crítica" ao governo
brasileiro, mas sim como "uma
ajuda". "A pesquisa é extremamente estimulante porque
mostra os nossos defeitos e
aponta soluções. É bom ter um
diagnóstico que mostra os problemas", disse.
Para Furlan, no entanto, o levantamento não reflete ainda
algumas mudanças introduzidas nos últimos meses, como a
integração dos cadastros informatizados das juntas comerciais de muitos Estados.
Segundo a assessora da presidência do Banco Mundial, Penélope Brook, a orientação primordial para o Brasil é replicar
as melhores práticas adotadas
no país para os demais Estados.
Entre as recomendações do
Banco Mundial, estão a concessão de alvarás provisórios, a
unificação dos procedimentos
de aberturas de firmas e instrução de procedimentos e pagamentos eletrônicos, além de interligar cartórios de notas e de
registro de imóveis.
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