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Privatização de rodovias deve sair em outubro
Expectativa é que em junho de 2008 comece cobrança de pedágio em estradas como Fernão Dias e Régis Bittencourt
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo pretende leiloar
em outubro sete trechos de rodovias federais, que serão concedidos à iniciativa privada por
25 anos. A cobrança de pedágio
deve começar até junho de
2008. Entre os trechos a serem
concedidos, estão as rodovias
Fernão Dias (São Paulo-Belo
Horizonte) e Régis Bittencourt
(São Paulo-Curitiba). No total,
o governo concederá 2.600 quilômetros de estradas.
A partir dos valores planejados, uma viagem SP-Belo Horizonte poderá custar até R$
22,98. SP-Curitiba, R$ 16,04.
Os números podem ser menores, dependendo das ofertas
nos leilões, mas serão reajustados anualmente pela inflação.
Segundo o Ministério dos
Transportes, a expectativa é assinar os contratos com os vencedores do leilão em janeiro. A
partir da assinatura, os concessionários têm até seis meses
para fazer obras de melhorias.
A cobrança de pedágio começa
após o término das obras. Se as
operadoras usarem todo o prazo disponível, o pedágio começa em junho. A cobrança pode
ser antecipada se as obras terminarem antes desse prazo.
O processo de concessão de
rodovias federais se arrasta no
governo desde 1999. Em novembro último, o TCU (Tribunal de Contas da União) chegou
a liberar o processo, mas, na
ocasião, o próprio governo acabou desistindo, com medo de
que a tarifa de pedágio ficasse
muito alta para os usuários.
Para diminuir o impacto da
tarifa, o governo refez os estudos e diminuiu o retorno do investimento privado. A taxa interna de retorno caiu de 12,88%
ao ano para 8,98%. Com isso,
houve uma redução média de
15,93% no preço teto do pedágio. O preço teto é fixado pelo
governo para orientar a oferta
das empresas que vão participar do leilão. Vence a disputa
quem oferecer a menor tarifa
de pedágio para o trecho, respeitado o teto.
A tarifa teto para a Régis Bittencourt ficou em R$ 2,673 para cada cem quilômetros. Na
Fernão Dias, o teto do pedágio
foi estabelecido em R$ 2,872.
Os investidores privados que
já participam de concessões rodoviárias no Brasil, reunidos na
ABCR (Associação Brasileira
de Concessionárias de Rodovias), já disseram que a taxa de
retorno não é atrativa, principalmente se comparada com
concessões que estão sendo
oferecidas em outros países,
como EUA e Chile.
A área técnica do governo receia que, caso os investidores
tradicionais não compareçam
ao leilão, rodovias importantes
do país fiquem nas mãos de empresas sem capacidade técnica
para operá-las. Ontem, o ministro Alfredo Nascimento classificou esse temor como especulação. "Em outubro, nós vamos
ver o resultado do leilão."
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