São Paulo, domingo, 27 de julho de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Empresas dos EUA perderam dois PIBs do Brasil

As 1.200 maiores empresas americanas já perderam em valor de mercado, neste ano, o equivalente a dois PIBs brasileiros. Entre 31 de dezembro do ano passado e 24 de julho, as perdas dessas companhias somaram US$ 2,4 trilhões. Nesse mesmo período, o valor das 395 empresas negociadas na Bolsa brasileira caiu US$ 45 bilhões.
A primeira conclusão que se extrai desses números, segundo Einar Rivero, economista da Economática e autor dessas contas, é a de que as perdas das companhias americanas foram muito maiores do que as do Brasil. O valor das 1.200 maiores empresas americanas caiu 15,1% no período e, no Brasil, a queda foi de apenas 2,7%.
O impacto maior sofrido pelas companhias americanas é compreensível. Afinal, a atual crise começou há um ano, nos Estados Unidos, quando estourou a bolha do crédito imobiliário no mercado chamado "subprime" de hipotecas, de alto risco. De lá para cá, se sobrepuseram outras crises, como a disparada dos preços das commodities, sobretudo do petróleo.
Para o economista Roberto Padovani, estrategista-sênior para América Latina do banco WestLB, há várias razões que explicam o fato de o Brasil ter sofrido menos do que os Estados Unidos até agora. Em primeiro lugar, o fato de, hoje, o mundo não ser tão dependente dos Estados Unidos. A China tem sustentado boa parte do crescimento global.
Além disso, o Brasil é um grande produtor de commodities, o que favoreceu o país até agora. Apesar de o preço das commodities ter sofrido uma pequena queda agora, depois de ter disparado em junho, a tendência ainda é de alta para os próximos meses.
Padovani também destaca o fato de o Brasil ter adotado uma política econômica responsável nos últimos 15 anos. As decisões recentes do Banco Central de elevar os juros reforçam essa tese. O aumento na semana passada da Selic de 0,75 ponto foi, inclusive, bem recebido pelos analistas internacionais.
Apesar de as companhias americanas terem sofrido mais com a crise, as perdas registradas pelas empresas brasileiras não deixam, no entanto, de serem significativas. Essa queda praticamente devolve as altas obtidas após o país ter sido promovido a grau de investimento pelas agências de "rating". As maiores perdas foram registradas pelas companhias que abriram o capital no ano passado.

AVANÇO

VENDA DE FERTILIZANTE CRESCE 22% ATÉ JUNHO, AFIRMA ASSOCIAÇÃO
As vendas de fertilizantes cresceram 22% no primeiro semestre ante igual período de 2007, diz a Anda (Associação Nacional para a Difusão de Adubos) -o volume passou de 9,4 para 11,5 milhões de toneladas. Segundo ela, parte do avanço vem da antecipação das compras do produtor. Mário Barbosa, presidente da Anda, diz que, apesar da alta do preço do fertilizante, as vendas devem subir neste ano em razão da boa rentabilidade de culturas como milho e soja.

Aluguel de escritório sobe 73,2% em SP

O preço do aluguel de imóveis comerciais cresceu 73,2% no ano passado em São Paulo, segundo a consultoria Cushman & Wakefield.
O valor dos aluguéis passou de US$ 25 m2 útil/mês em 2006 para US$ 43 m2 útil/ mês no ano passado.
A oferta de escritórios de alto padrão avançou 6% no período e deve chegar a 15% em 2008, diz a consultoria.
O crescimento econômico e a vinda de empresas à cidade explicam o aquecimento.
A demanda crescente faz com que, na região da avenida Faria Lima, por exemplo, o aluguel do imóvel chegue a R$ 110 por m2 ao mês.
Outra pesquisa da Cushman & Wakefield mostra que, para escritórios de altíssimo padrão, a alta de preço atingiu 39% em 2007.

TOLERÂNCIA ZERO

O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo, junto com outras entidades, enviou carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a lei seca e protocolou um requerimento no Contran (Conselho Nacional de Trânsito) para defender a flexibilização da regra. A proposta do sindicato é que a margem de tolerância passe de dois para seis a oito decigramas de álcool por litro de sangue. "Eu apóio a lei. O que nós queremos é aprimorar a legislação para que ela não seja tão dura", diz Nelson de Abreu Pinto, presidente do sindicato paulista. Segundo ele, a média nacional é de queda de 30% no movimento de casas noturnas e bares.

NA CARTEIRA
A Roche anuncia a aquisição dos laboratórios Mirus Bio Corporations, com sede nos EUA, de pesquisas de RNAi, e do canadense Airus Research, que desenvolve terapias para câncer. As negociações envolveram, respectivamente, US$ 125 milhões (americanos) e US$ 191 milhões (canadenses).

À MESA
A Federação Nacional dos Engenheiros organiza, de agosto a setembro, o evento A Engenharia e a Cidade, em que vai receber todos os candidatos à Prefeitura de São Paulo para ouvir as propostas em infra-estrutura. A federação vai oferecer aos candidatos projetos dos engenheiros para São Paulo.

DIA FELIZ
O Grupo de Apoio à Criança e ao Adolescente com Câncer quer arrecadar cerca de R$ 3 milhões com a 20ª edição do McDia Feliz, em 30 de agosto. A receita gerada representa 10% do orçamento anual do grupo.

PEREGRINAÇÃO
A Expedição Brasil Melhor, que reúne 70 empresários em viagem pelo país, deve distribuir 80 toneladas de alimento, 27.000 kits escolares, 22.000 kits odontológicos, entre outros itens, nesta edição do evento.

PORTA-AVIÕES
A Copa Airlines, subsidiária da Copa Holdings S.A., e a Boeing anunciam a encomenda de duas aeronaves Boeing-737/800 para entrega em 2010 e em 2011. Os aviões serão usados nas rotas mais longas da companhia no Brasil a partir de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

AGREGADO
A Votorantim Cimentos teve recorde de venda, em junho, no negócio de agregado (materiais adicionados ao cimento para fabricar concreto, como brita e areia). A fábrica em Salto do Pirapora (SP) vendeu 74 mil toneladas de agregados no mês. O recorde anterior foi de 69 mil toneladas em maio.

com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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