São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Ata do Copom desagrada a investidores, que aproveitam para realizar lucros; dólar sobe 0,14%

Sinal de juro maior faz Bolsa cair 2,07%

DA REPORTAGEM LOCAL

A divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) desagradou aos investidores, e a Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem em baixa de 2,07%.
Apesar de o mercado considerar que não houve grandes surpresas no conteúdo da ata, os investidores aproveitaram o pretexto para realizar lucros.
Apenas na semana passada, a Bolsa paulista acumulou valorização de 8,38%.
O documento deixou a impressão de que cresceram as possibilidades de a taxa básica de juros -atualmente em 16% ao ano- ser elevada nos próximos meses. O Banco Central teme que a meta de inflação para este ano e para 2005 possa não ser cumprida. E esse é um cenário ruim para o mercado de renda variável, especialmente o acionário. Taxas maiores elevam a atratividade de aplicações que acompanham os juros, como os fundos DI, o que pode estimular migração de recursos.
Das 54 ações que compõem o principal índice da Bolsa paulista, o Ibovespa, apenas 1 fechou em alta. A ação preferencial "A" da Braskem encerrou o pregão com elevação de 1,44%.
O volume financeiro negociado no pregão caiu e ficou abaixo da média das últimas semanas. Ontem foram negociados R$ 807 milhões. O menor montante financeiro girado ontem demonstra que cresceu a cautela dos investidores neste momento.
Juros mais elevados também podem se refletir em menor nível de investimentos e crescimento, o que pode, em tese, resultar em desempenhos menos expressivos das empresas que têm ações negociadas na Bolsa.
Com o tom menos otimista do mercado, o dólar interrompeu uma seqüência de quedas. Mas a alta registrada pela moeda norte-americana diante do real foi tímida (0,14%).
No fim das operações, o dólar foi vendido a R$ 2,956.

Perdas
A ação que mais sofreu no pregão de ontem, a preferencial da Telesp Celular Participações, fechou com desvalorização de 5,8%. Em seguida veio o papel ordinário (ON) da Tractebel, com recuo de 4,9%.
No acumulado do mês, a Bolsa paulista ainda registra um pequeno ganho de 1%.
(FABRICIO VIEIRA)


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