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MERCADO FINANCEIRO
Ata do Copom desagrada a investidores, que aproveitam para realizar lucros; dólar sobe 0,14%
Sinal de juro maior faz Bolsa cair 2,07%
DA REPORTAGEM LOCAL
A divulgação da ata da última
reunião do Copom (Comitê de
Política Monetária) desagradou
aos investidores, e a Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem
em baixa de 2,07%.
Apesar de o mercado considerar que não houve grandes surpresas no conteúdo da ata, os investidores aproveitaram o pretexto para realizar lucros.
Apenas na semana passada, a
Bolsa paulista acumulou valorização de 8,38%.
O documento deixou a impressão de que cresceram as possibilidades de a taxa básica de juros
-atualmente em 16% ao ano-
ser elevada nos próximos meses.
O Banco Central teme que a meta
de inflação para este ano e para
2005 possa não ser cumprida. E
esse é um cenário ruim para o
mercado de renda variável, especialmente o acionário. Taxas
maiores elevam a atratividade de
aplicações que acompanham os
juros, como os fundos DI, o que
pode estimular migração de recursos.
Das 54 ações que compõem o
principal índice da Bolsa paulista,
o Ibovespa, apenas 1 fechou em
alta. A ação preferencial "A" da
Braskem encerrou o pregão com
elevação de 1,44%.
O volume financeiro negociado
no pregão caiu e ficou abaixo da
média das últimas semanas. Ontem foram negociados R$ 807 milhões. O menor montante financeiro girado ontem demonstra
que cresceu a cautela dos investidores neste momento.
Juros mais elevados também
podem se refletir em menor nível
de investimentos e crescimento, o
que pode, em tese, resultar em desempenhos menos expressivos
das empresas que têm ações negociadas na Bolsa.
Com o tom menos otimista do
mercado, o dólar interrompeu
uma seqüência de quedas. Mas a
alta registrada pela moeda norte-americana diante do real foi tímida (0,14%).
No fim das operações, o dólar
foi vendido a R$ 2,956.
Perdas
A ação que mais sofreu no pregão de ontem, a preferencial da
Telesp Celular Participações, fechou com desvalorização de
5,8%. Em seguida veio o papel ordinário (ON) da Tractebel, com
recuo de 4,9%.
No acumulado do mês, a Bolsa
paulista ainda registra um pequeno ganho de 1%.
(FABRICIO VIEIRA)
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