São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Superávit fiscal suscita dúvida para 2007

Os números do governo central divulgados ontem pela Secretaria do Tesouro Nacional indicam que a meta de 3,4% de superávit primário deverá ser mesmo alcançada neste ano. Até agosto, o superávit estava em 3,6% do PIB.
A dúvida ficou para 2007. As alternativas do governo para a obtenção do superávit estão se tornando cada vez mais escassas, e será preciso muita criatividade para compensar o aumento das despesas.
A receita da União começa a mostrar sinais de estar perdendo fôlego. A carga tributária atingiu o teto e deu início agora a um processo inverso, o de devolução, por parte do governo, de uma parcela dos tributos com o objetivo de incentivar o investimento.
Ao contrário do que sempre aconteceu, os 15,8% de aumento da receita não são conseqüência de aumento de imposto, e sim da transferência de dividendos do Banco do Brasil -R$ 1,1 bilhão- e do BNDES -R$ 1,8 bilhão.
Também contribuiu para o resultado de agosto o desempenho da rubrica OCC (Outros Custeios de Capital), que vinha crescendo em ritmo forte, mas desacelerou no mês passado.
Em outras palavras, passado o período de campanha, o governo começou a cortar os investimentos para atingir a meta de superávit.
As despesas dos últimos 12 meses subiram 8,6% até agosto, um resultado superior aos 3,8% de inflação do período, mas abaixo dos 15,8% de aumento das receitas.
Ao analisar esses números, o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, acredita que o próximo governo, seja ele qual for, terá de fazer uma revisão completa dos gastos.
Para ele, se o gasto corrente continuar subindo no mesmo ritmo, o governo não terá condições de encontrar novas formas para aumentar a receita. "O governo terá dificuldade para conseguir novas receitas para manter a guitarra rodando."
Outro problema é que o governo não terá condições de apelar para a alternativa de fazer cortes no investimento. O desafio do país é exatamente o de ampliar os investimentos para propiciar uma nova fase de crescimento.

CASA NA ÁRVORE
Para comemorar o aniversário de 25 anos, a empresa de desenvolvimento urbano, Tamboré, lançará um loteamento residencial de alto padrão com investimentos de R$ 30 milhões. O Tamboré 11 contribui para o cercamento de uma reserva biológica de 3.500.000 m2 de mata atlântica, em Santana de Parnaíba (SP). A empresa também acaba de realizar um levantamento das espécies da área. Os lotes, que começam a ser vendidos no dia 21 de outubro, têm seu preço mantido em segredo. "Alguns clientes fazem reserva mesmo antes de saber quanto custa", diz o diretor Fábio Ulhôa.

BARATINHO
Os pais paulistanos não estão dispostos a tirar grandes quantias do bolso para presentes no Dia das Crianças (12 de outubro). Quase 45% dos entrevistados planejam desembolsar o mesmo valor do ano passado, 17% esperam gastar menos e apenas 10% projetam gastos maiores. Os dados da pesquisa serão divulgados hoje pela FGV juntamente com o Índice de Confiança do Consumidor.

NEGÓCIO À VISTA
A família Alzugaray disse a pessoas próximas que a conversa com Nelson Tanure está congelada e que uma nova e forte capitalização da Editora Três avança a passos largos.

NOVA CATEGORIA
Um café da manhã, na próxima sexta-feira, marcará a adesão da Eletrobrás ao nível 1 de governança corporativa da Bovespa. A medida garante a adoção de boas práticas de governança.

INTELIGÊNCIA
Especializada em soluções para gestão corporativa, a SAS apresenta ao mercado, amanhã, as tendências da inteligência analítica na América Latina, no "SAS Intelligence Meeting, 2006 -3º Edição: A Era da Inteligência Analítica", em São Paulo, no hotel Meliá.

ENERGIA
A Aggreko, de soluções temporárias de energia, anunciou ontem, na Bolsa de Londres, que está participando de acordo para adquirir os negócios da GE Energy Rental, divisão do mesmo segmento da General Eletric, em todo o mundo. No Brasil, o negócio de US$ 212 milhões permitirá à Aggreko ganhar "market share".

CACHAÇA
O empresário Emilio Odebrecht, que produz cachaça em sua fazenda, na Bahia, vai colocar no mercado um novo produto. Trata-se da Itagibá Reserva Especial, versão top da bebida original. A reserva, com 10 mil garrafas numeradas, chega em novembro às prateleiras de Salvador e São Paulo.


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