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PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
Lei de Informática deve levar investimento a R$ 1 bi em 2007
PATRÍCIA ZIMMERMANN
DA FOLHA ONLINE EM BRASÍLIA
A regulamentação da Lei
de Informática, assinada ontem pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, deverá
elevar os investimentos do
setor em pesquisa e desenvolvimento -hoje em R$
600 milhões- para cerca de
R$ 1 bilhão em 2007, estimou o ministro da Ciência e
Tecnologia, Sérgio Rezende.
A regulamentação era esperada desde 2005, já que a
lei foi aprovada em dezembro de 2004. Em troca de redução do IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados),
a lei exige das empresas investimentos em pesquisa.
Segundo o Ministério da
Ciência e Tecnologia, 327
empresas são beneficiadas
com incentivos fiscais, mas
nem todas vêm investindo
em pesquisa, como determina a lei. O ministro chegou a
dizer que 300 empresas são
devedoras. Mais tarde seus
assessores explicaram que
vários processos estão em
análise e em fase de recurso
e, por isso, a situação das empresas pode ter sido alterada.
A expectativa do ministro
é de que a regulamentação
enquadre indústrias ainda
não beneficiadas. Isso porque os investimentos previstos na lei, correspondentes a
5% do faturamento, serão
calculados somente sobre o
produto beneficiado. Antes,
o cálculo era feito sobre o faturamento da empresa.
A regulamentação demorou 21 meses por causa de
um impasse entre os ministérios da Fazenda e da Ciência e Tecnologia. A Receita
Federal chegou a defender o
recolhimento do IPI que deixou de ser recolhido no período em que os investimentos em pesquisa não ocorreram. Mas prevaleceu o argumento do Ministério de
Ciência e Tecnologia de que
esse era um débito de pesquisa, e não fiscal.
Dívida parcelada
O decreto de ontem confirma que empresas com débitos até 2003 poderão parcelar a dívida em até 48 vezes,
recolhendo os valores devidos ao Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (FNDCT), que
financia a pesquisa no Brasil.
Em 2005, o governo calculou em R$ 500 milhões o
montante que as beneficiadas pela lei deixaram de investir em pesquisa. Porém,
segundo Rezende, várias empresas regularizaram os investimentos e reduziram os
débitos a algo entre R$ 250
milhões e R$ 300 milhões.
Para 2007, a expectativa é de
que a renúncia fiscal fique
próxima dos investimentos
em pesquisa (R$ 1 bilhão),
segundo o ministro.
Apesar de reconhecer a
importância da regulamentação, o presidente da Abinee (Associação Brasileira da
Indústria Elétrica e Eletrônica), Ruy de Salles Cunha,
reclamou da lentidão do governo. "Esperamos que a burocracia seja vencida em outros processos do governo
para que possamos crescer
de 5% a 6% ao ano."
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