|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brasil Telecom lança TV por banda larga
Tele aproveita brecha na legislação para oferecer o primeiro serviço de televisão por assinatura através de rede de telefonia
Tecnologia ainda não está regulamentada; sistema de multisserviço, com telefonia, internet e TV paga, concorre com Embratel e Telefônica
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
Aproveitando uma brecha na
legislação, a Brasil Telecom
lançou o primeiro serviço de televisão por assinatura do país
com transmissão pela rede de
banda larga da telefonia. A tecnologia, conhecida pela sigla
IPTV, ainda não está regulamentada no Brasil. ""O que não
é proibido é permitido", resumiu o vice-presidente de operações da concessionária,
Francisco Santiago.
O serviço será comercializado com a marca Videon, inicialmente, em Brasília e, posteriormente, nos demais Estados da
área de concessão da empresa
(regiões Sul, Centro-Oeste e
parte da Norte).
A tele montou um banco de
vídeos (filmes, seriados, documentários etc.) com mais de
500 horas de programação. A
assinatura mensal básica custará R$ 29,90. O objetivo declarado da empresa é oferecer pacotes do tipo multisserviço (telefone fixo, celular, acesso à internet e TV paga) até à classe C,
replicando o modelo implantado pela Embratel e pela Telefônica no Brasil.
Por não existir regulamentação para o IPTV, a Brasil Telecom usará a licença de Serviço
de Comunicação Multimídia,
expedida pela Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações), que lhe permite usar apenas parcialmente os recursos
da tecnologia.
Ela não poderá oferecer uma
grade de programação com vários canais simultâneos, o que
caracterizaria serviço de TV a
cabo. As teles são proibidas por
lei de oferecerem TV a cabo
dentro de suas áreas de concessão de telefonia fixa.
Sob demanda
De acordo com Santiago, o
assinante verá a programação
na tela da televisão.
O sinal chega às residências
via cabo e passa por um decodificador, semelhante aos das
TVs por assinatura. A tele
transmitirá um menu com as
opções de vídeo, e o usuário escolherá a opção pelo controle
remoto do televisor. Os filmes
de lançamento e programação
de conteúdo erótico serão cobrados à parte, como no sistema ""pay-per-view" das televisões por assinatura.
Por se tratar de um serviço
novo, de resultado financeiro
imprevisível, a Brasil Telecom
fez o investimento em parceria
com a japonesa Nec, em que as
duas dividem o risco do empreendimento. A tele não informa o valor investido.
Os equipamentos (modem e
decodificador) serão entregues
em comodato (empréstimos)
aos assinantes, o que indica que
as empresas estarão subsidiando o serviço. A Brasil Telecom
assinou contratos, para a compra de conteúdo, com fornecedores internacionais, como
Disney, Universal, Playboy e
Turner e também programação
local educativa da TV Cultura,
TV Escola e Sesc TV. Segundo
Santiago, a concessionária quer
comprar conteúdos de produtores independentes e das TVs
abertas.
Segundo ele, 250 empresas
oferecerem TV paga na tecnologia IPTV no exterior atualmente. Em vários países, elas se
tornaram um competidor das
TVs a cabo.
No Brasil, a tendência é no
mesmo sentido. Há projetos na
Anatel e na Câmara dos Deputados para a unificação das licenças de TV por assinatura,
independente da tecnologia.
Disputa de mercado
A primeira tele a entrar no
mercado de televisão por assinatura foi a Embratel, controlada pelo grupo mexicano Telmex. Em 2005, comprou 34%
do capital da Net Serviços, das
Organizações Globo. Em outubro do ano passado, a Net adquiriu parte importante do capital da Vivax e passou a controlar 75% do mercado de TV a
cabo. Com isso, ela passou a
oferecer pacotes de TV, internet e telefonia.
As demais concessionárias
reagiram. A Telefônica passou
a oferecer TV paga via satélite.
A Telemar tentou comprar a
operadora de TV a cabo
WayTV, mas o negócio foi vetado pela Anatel.
Texto Anterior: Previdência: 800 mil optam por regime de aposentadoria simplificada Próximo Texto: Leilão da Anatel movimenta R$ 570 milhões Índice
|