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Coca-Cola quer
ter fábrica de
PET reciclado
CRISTIANE BARBIERI
ENVIADA ESPECIAL A ATLANTA E A NY
O projeto de reflorestamento da mata atlântica,
promovido pela Coca-Cola,
recebeu ontem o aval do
Clinton Global Initiative
-encontro anual no qual líderes de todo o mundo discutem como transformar desafios de sustentabilidade
em ação. Com isso, a Fundação Coca-Cola pretende angariar mais recursos para o
projeto, que custará R$ 27
milhões, durante os próximos cinco anos. Desse total,
metade está sendo investida
pela subsidiária brasileira da
fabricante de refrigerantes e
uma de suas engarrafadoras,
a mexicana Femsa.
Com 400 marcas em 200
países, a empresa vende hoje
1,4 bilhão de bebidas por dia
e lançou recentemente a meta de atingir a "neutralidade
em água". Em outras palavras, significa que a empresa
quer devolver ao ambiente a
água que usa para fazer seus
refrigerantes. A iniciativa de
reflorestar a mata ciliar da
mata atlântica, que ajuda a
proteger bacias hidrográficas, faz parte desse projeto.
Num momento em que dezenas de empresas estão tornando-se "verdes" -e fazem
questão de anunciar isso-, o
questionamento que se coloca é: até que ponto a Coca-Cola, imbatível em marketing, está realmente interessada no ambiente? "Não somos a Madre Teresa [de Calcutá], dos refrigerantes", diz
Brian Smith, presidente da
Coca-Cola Brasil. "Queremos estar prontos para
quando, daqui a alguns anos,
todos os consumidores tiverem preocupações ambientais, termos respostas a eles."
A empresa não acredita
que suas iniciativas terão
efeito nas vendas, num primeiro momento. Mas como
num futuro não tão distante
o consumidor tende a preferir os produtos sustentáveis,
a Coca-Cola tem, por exemplo, trabalhado com alguns
de seus principais clientes,
como as redes varejistas
Wal-Mart e Tesco, para determinar o valor das emissões de gás carbônico produzidas na fabricação de cada
lata ou garrafa de refrigerante. Apenas na questão da
água, a empresa tem apoiado
70 projetos, em 40 países,
principalmente nos em desenvolvimento.
Outra iniciativa que poderá ter efeitos diretos no Brasil diz respeito à reciclagem.
A Coca-Cola está conversando com parceiros para instalar uma fábrica de garrafas
PET recicladas, assim que
for aprovada a legislação do
Mercosul sobre o assunto.
As iniciativas seguem em
outras áreas, que vão de embalagens à redução no consumo de energia e na emissão de poluentes. A empresa
criou, há 18 meses, uma vice-presidência para assuntos
ambientais e tem, há cinco
anos, um conselho externo,
formado por ambientalistas,
que avalia seus projetos.
A repórter CRISTIANE BARBIERI viajou a
convite da Coca-Cola Brasil
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