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Crise no Fortis abala mercado europeu
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
Um grande banco em dificuldades, que obriga o ministro das Finanças a vir a público para tranqüilizar os clientes. Uma nova injeção bilionária dos bancos centrais para tentar ressuscitar o mercado de crédito. E as Bolsas
em queda, de olho no impasse sobre a aprovação do plano de resgate americano.
Assim foi mais um dia de
incertezas nos mercados financeiros da Europa. O susto
de ontem foi causado pelo
banco belgo-holandês Fortis, cujas ações caíram 21%,
na quinta queda consecutiva.
Não bastou o banco emitir
nota afirmando que tem à
disposição "uma base diversificada de fundos de mais de
300 bilhões" (US$ 438 bilhões). Aliadas à expectativa
em relação ao pacote americano, as turbulências do Fortis ajudaram a derrubar as
principais Bolsas européias:
Londres fechou em queda de
2,09%, Paris, de 1,50%, e
Frankfurt, de 1,77%.
Numa iniciativa destinada
a atender à demanda de recursos, os três maiores bancos centrais europeus anunciaram nova injeção de liquidez, após as maciças intervenções da semana passada.
O temor, além da solvência
das instituições financeiras,
é que a paralisia do mercado
de crédito comece a ter impacto em outras indústrias,
que dependem de empréstimos de curto prazo para
manter suas operações. O
BCE (Banco Central Europeu) ofereceu US$ 35 bilhões, o Banco da Inglaterra
(BC britânico) prometeu
US$ 30 bilhões e o BC da Suíça injetou US$ 9 bilhões.
Em Bruxelas, o drama em
torno do Fortis continuava.
Para recuperar a confiança
perdida, foram tomadas medidas drásticas: além da palavra do ministro das Finanças, o presidente da empresa
foi substituído e o banco vendeu US$ 15 bilhões em ativos
para mostrar liquidez e solvência. A beira do abismo espantou a relutância da Europa até agora em seguir o
exemplo dos EUA na missão
de resgate.
"Nós garantimos que nenhum cliente, nenhum poupador será abandonado ao
relento", afirmou Didier
Reynders, ministro das Finanças da Bélgica.
O Fortis, que já se desvalorizou em 71% na Bolsa neste
ano, está na mira de possíveis
compradores. O banco rival
holandês ING, o francês BNP
Paribas e o britânico HSBC
estariam entre os candidatos, segundo analistas.
Com agências internacionais
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