São Paulo, segunda, 27 de outubro de 1997.




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MEGAFUSÃO
GMG Brands, com capital de US$ 40 bilhões, resulta da união entre a Grand Metropolitan e a Guinness
Gigante de bebidas nasce no Reino Unido

IRINEU MACHADO
de Londres

A maior empresa de bebidas do Reino Unido está nascendo da bilionária fusão de dois gigantes do mercado de bebidas britânico. Em janeiro de 1998, entra em operação a GMG Brands, resultado da trabalhosa união entre a Grand Metropolitan e a Guinness. A fusão envolve um capital de US$ 40 bilhões.
A Grand Metropolitan controla as marcas Smirnoff (vodca), Haagen Dazs (sorvetes), Burger King (fast food) e Bailey's (bebidas). A Guinness engloba a cervejaria do mesmo nome, o uísque Johnnie Walker e o gim Gordon's.
Durante os últimos cinco meses, as negociações da fusão foram marcadas por uma série de idas e vindas por causa da oposição do francês Bernard Arnault, dono da LVMH, detentora das marcas do champanhe Moit Chandon e do conhaque Hennessey. Ele tem grande participação acionária nas duas empresas britânicas.
Arnault havia se tornado a pedra no meio do caminho de Tony Greener, da Guinness, e de George Bull, da Grand Metropolitan, por discordar da maneira como o negócio seria feito. Depois que as empresas lhe ofereceram US$ 891 milhões, ele cedeu e o negócio foi fechado na semana passada. As empresas negam que o dinheiro oferecido tenha sido para pagar pelo apoio de Arnault e dizem que foi uma "evolução nos negócios".
A LVMH, do francês, tem participação acionária de 11,1% na Guinness e de 11,4% na Grand Metropolitan. Arnault tentou forçar as duas empresas a incluir as divisões de bebidas em uma companhia separada, sem as empresas de alimentos e cervejarias, com 35% de participação da LVMH.
Ele chegou a entrar na Justiça para tentar impedir a fusão anunciada em maio passado. Gastou mais de US$ 1,5 bilhão adquirindo ações da Grand Metropolitan para aumentar seu poder na mesa de negociações sobre a fusão.
Os acordos entre as três partes envolvidas no negócio definiram também que Arnault terá um cargo de diretor na GMG, além de 11% de participação acionária. A GMG criará ainda uma rede de distribuição para seus champanhes e conhaques.
Em troca, o francês retirou a ação legal contra a fusão, que poderia custar à GMG US$ 1,6 bilhão de compensação e atrasaria o fechamento do negócio em até um ano.



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