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SP retoma concessões de rodovias em meio à crise
Na quarta, leilão de 5 trechos deve registrar deságio menor
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo do Estado de São
Paulo fará na próxima quarta-feira, em meio a uma das maiores crises financeiras das últimas décadas, o leilão de cinco
trechos de rodovias. Mesmo
diante da dificuldade do mercado em fechar operações de financiamento, o governo José
Serra decidiu manter o leilão de
concessão da Carvalho Pinto/
Ayrton Senna, D. Pedro I, Raposo Tavares e os trechos oeste
e leste da Marechal Rondon.
Somadas algumas vicinais incluídas em cada lote, o plano
previsto na 2ª Etapa do Programa de Concessão de Rodovias
em São Paulo prevê o leilão de
1.763 quilômetros de estradas.
A concessão pelo prazo de 30
anos exigirá investimentos de
R$ 7,9 bilhões.
O secretário dos Transportes, Mauro Arce, disse que o governo contabilizou o interesse
de dez grupos na participação
do leilão. Para ele, há chances
de haver pelo menos dois consórcios na disputa de cada lote.
"Temos que esperar para verificar o que pode ocorrer, mas estamos confiantes de que haverá
disputa em cada lote."
A perspectiva é que todos os
lotes sejam concedidos, apesar
do momento de instabilidade
do mercado financeiro. Mas, se
por um lado o Estado espera
conseguir o ingresso nos cofres
do governo de R$ 3,471 bilhões
em receitas pela outorga nos
próximos 18 meses, a decisão
de manter o leilão em situação
econômica tão adversa pode
pesar no bolso dos usuários.
O governo tinha uma expectativa de usar o resultado desse
leilão como argumento para
uma renegociação dos contratos das concessões antigas de
rodovias. Essa possibilidade
pode ter ficado no passado.
Diferentemente do que ocorreu no leilão do Rodoanel, em
março passado, quando houve
um deságio sobre o preço teto
de 60%, o mercado não acredita em descontos desse porte para nenhum dos cinco lotes.
O governo fixou em R$
0,107910 por quilômetro a tarifa-teto em pista dupla e R$
0,077078 em pista simples.
Vencerá a disputa o consórcio
que oferecer o maior desconto
sobre o preço da tarifa-teto para rodovias com pista dupla. O
mesmo deságio será aplicado à
tarifa para pista simples.
"A situação do mercado mudou completamente entre o leilão do Rodoanel e esse agora. O
acesso ao financiamento ficou
mais restrito e o custo do dinheiro subiu. Isso afetará o nível de descontos que os grupos
participantes do leilão irão
ofertar", disse Francinett Vidigal Júnior, sócio da VAE Consultores, que assessorou a formação de um consórcio para o
leilão de um dos lotes.
O governo tentou ampliar a
participação de mais grupos ao
colocar a Nossa Caixa à frente
do financiamento. A instituição
disponibilizará R$ 759 milhões,
valor equivalente a 20% do valor total da outorga. Os vencedores poderão obter essa linha.
O leilão será no Instituto de
Engenharia, ao lado do Instituto Dante Pazzanese, em São
Paulo. Os consórcios devem
apresentar os documentos e a
proposta em envelope lacrado
entre 8h30 e 10h da quarta. A
abertura dos envelopes com as
propostas será feita com intervalos de tempo entre os lotes.
O primeiro leilão será o do
corredor da Raposo Tavares, às
10h30, e o último, às 16h30,
com a abertura de propostas
pela D. Pedro I. Arce disse que
os perdedores vão rubricar a
proposta vencedora para evitar
questionamentos posteriores.
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