São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 2006

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Folhainvest

Mercado aguarda nova queda nos juros

Instituições acreditam em corte de meio ponto percentual nesta semana e em taxa de 12% no fim de 2007, diz pesquisa do BC

O Copom se reúne entre amanhã e quarta para seu último encontro do ano, em que define como fica a taxa Selic até o começo de 2007

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado não tem dúvidas: o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) irá reduzir mais uma vez os juros básicos da economia em sua última reunião do ano. E, com mais uma baixa, os juros básicos parecem que vão encontrando seu piso.
Ao menos é o que mostra a última pesquisa semanal feita pelo Banco Central com cem instituições financeiras. A pesquisa mostrou que a previsão média dos bancos é a de que a taxa básica da economia, a Selic, estará em 12% anuais no fim do próximo ano.
A taxa Selic está em 13,75% anuais. Confirmadas as projeções do mercado, a taxa encerrará 2006 a 13,25%. O Copom -que é formado por diretores e pelo presidente do BC- se reúne entre amanhã e quarta-feira para seu último encontro de 2006, quando definirá como a Selic fica até o começo de 2007.
Assim, considerando a redução da Selic para 13,25%, só restará 1,25 ponto percentual para a taxa cair em todo 2007, segundo a previsão do mercado.
"O BC deve iniciar 2007 reduzindo o ritmo de cortes na Selic. Nas duas últimas atas, o Copom já se mostrou propício a reduzir a Selic em apenas 0,25 ponto", avalia Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
Para o economista, a Selic "deve terminar 2007 em torno de 12,50%". "O quadro fiscal inspira cuidados ainda, especialmente no que diz respeito à redução de despesas", avalia Rosa.
A primeira reunião do Copom de 2007 ocorrerá entre os dias 23 e 24 de janeiro.
Os contratos DI (Depósito Interfinanceiro, que mostram as projeções para os juros) com resgate daqui a um ano terminaram o pregão de sexta-feira com taxa de 12,92% anuais. Descontando a taxa de carregamento, o contrato fechou projetando taxa em torno dos 12% anuais no fim de 2007 na Bolsa de Mercadorias & Futuros.
Mas o futuro dos juros vai depender ainda da evolução da inflação e do nível de atividade econômica.

Pressão inflacionária
Neste ano, a inflação caiu abaixo do esperado. O mercado prevê que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) encerrará este ano perto de 3,08%, bem abaixo do centro da meta de inflação, que é de 4,5%.
O BC calibra os juros de acordo com as previsões para o IPCA. Se o indicador der sinais de que pode ameaçar a meta de inflação, o Copom eleva os juros. Se a meta está segura, há espaço para a redução dos juros -como tem ocorrido nos últimos meses.
"Por conta do cenário inflacionário tranqüilo, espero que a Selic seja reduzida em 0,50 ponto nesta reunião. Há pressões localizadas em alimentos, que não têm contaminado as projeções futuras para a inflação", afirma Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra. "Espero que a Selic esteja em 12% no fim do ano que vem, isso em um cenário mais conservador. Mas temos de avaliar ainda a evolução futura da inflação e da atividade econômica."


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