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Folhainvest
Mercado aguarda nova queda nos juros
Instituições acreditam em corte de meio ponto percentual nesta semana e em taxa de 12% no fim de 2007, diz pesquisa do BC
O Copom se reúne entre amanhã e quarta para seu último encontro do ano, em que define como fica a taxa Selic até o começo de 2007
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado não tem dúvidas:
o Copom (Comitê de Política
Monetária do Banco Central)
irá reduzir mais uma vez os juros básicos da economia em sua
última reunião do ano. E, com
mais uma baixa, os juros básicos parecem que vão encontrando seu piso.
Ao menos é o que mostra a
última pesquisa semanal feita
pelo Banco Central com cem
instituições financeiras. A pesquisa mostrou que a previsão
média dos bancos é a de que a
taxa básica da economia, a Selic, estará em 12% anuais no fim
do próximo ano.
A taxa Selic está em 13,75%
anuais. Confirmadas as projeções do mercado, a taxa encerrará 2006 a 13,25%. O Copom
-que é formado por diretores e
pelo presidente do BC- se reúne entre amanhã e quarta-feira
para seu último encontro de
2006, quando definirá como a
Selic fica até o começo de 2007.
Assim, considerando a redução da Selic para 13,25%, só restará 1,25 ponto percentual para
a taxa cair em todo 2007, segundo a previsão do mercado.
"O BC deve iniciar 2007 reduzindo o ritmo de cortes na
Selic. Nas duas últimas atas, o
Copom já se mostrou propício a
reduzir a Selic em apenas 0,25
ponto", avalia Newton Rosa,
economista-chefe da Sul América Investimentos.
Para o economista, a Selic
"deve terminar 2007 em torno
de 12,50%". "O quadro fiscal
inspira cuidados ainda, especialmente no que diz respeito à
redução de despesas", avalia
Rosa.
A primeira reunião do Copom de 2007 ocorrerá entre os
dias 23 e 24 de janeiro.
Os contratos DI (Depósito
Interfinanceiro, que mostram
as projeções para os juros) com
resgate daqui a um ano terminaram o pregão de sexta-feira
com taxa de 12,92% anuais.
Descontando a taxa de carregamento, o contrato fechou projetando taxa em torno dos 12%
anuais no fim de 2007 na Bolsa
de Mercadorias & Futuros.
Mas o futuro dos juros vai depender ainda da evolução da inflação e do nível de atividade
econômica.
Pressão inflacionária
Neste ano, a inflação caiu
abaixo do esperado. O mercado
prevê que o IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo)
encerrará este ano perto de
3,08%, bem abaixo do centro da
meta de inflação, que é de 4,5%.
O BC calibra os juros de acordo com as previsões para o
IPCA. Se o indicador der sinais
de que pode ameaçar a meta de
inflação, o Copom eleva os juros. Se a meta está segura, há
espaço para a redução dos juros
-como tem ocorrido nos últimos meses.
"Por conta do cenário inflacionário tranqüilo, espero que
a Selic seja reduzida em 0,50
ponto nesta reunião. Há pressões localizadas em alimentos,
que não têm contaminado as
projeções futuras para a inflação", afirma Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra. "Espero que a Selic esteja em 12% no fim do ano que
vem, isso em um cenário mais
conservador. Mas temos de
avaliar ainda a evolução futura
da inflação e da atividade econômica."
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