São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 2006

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Semana deve ser pautada por PIB, Fed e Copom

Reunião do BC e dados de EUA e Brasil agitam mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

Os feriados permitiram que a semana passada fosse relativamente tranqüila para o mercado financeiro. Mas os próximos dias tendem a ser bem mais agitados, com relevantes eventos no Brasil e nos Estados Unidos.
O mercado global estará de olho na divulgação, na quarta-feira, do livro bege, conjunto de dados econômicos americanos levantados pelo Fed (o bc dos EUA). Como ainda restam muitas dúvidas em relação ao futuro da economia do país, será acompanhado com atenção.
Luiz Antonio Vaz das Neves, diretor da corretora Planner, diz que nos EUA "pode atrapalhar o fato de Ben Bernanke, o presidente do Fed, falar duas vezes na semana, além da divulgação do livro bege".
No Brasil, o grande evento será a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) deste ano. Entre amanhã e quarta-feira, o Copom irá decidir como fica a taxa básica de juros, que está em 13,75% anuais. Na quinta-feira, o IBGE anuncia também o PIB do terceiro trimestre no Brasil, com expectativa de um número fraco.
Marcelo Voss, economista da corretora Liquidez, afirma que "a semana promete fortes emoções, tanto no cenário interno como no externo". "No mercado americano, teremos indicadores importantes de terça a sexta, como o índice de confiança do consumidor, a venda de imóveis novos e o livro bege. A expectativa é que esse conjunto de indicadores mantenha a atual avaliação de um desaquecimento gradual da economia americana", diz ele.
Na semana passada, o mercado americano ficou fechado na quinta-feira, devido ao feriado de Ação de Graças, e funcionou com horário reduzido na sexta-feira.
No último pregão da semana passada, o índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, recuou 0,38%. A Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 0,23%.

Bolsa em alta
A Bovespa atingiu na quinta-feira passada seu pico histórico de pontuação (42.069 pontos). A ampliação do interesse dos estrangeiros por ações de companhias brasileiras tem favorecido a alta da Bolsa de Valores de São Paulo.
No mês, a Bovespa acumula valorização de 6,35%.
"A diminuição recente da percepção de risco de recessão da economia americana para o futuro próximo tem gerado fluxo positivo para os mercados de risco, o que deve ser mantido no médio prazo se não houver surpresas relevantes na economia e nos juros nos EUA", diz Julio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Segundo a Bovespa, o balanço mensal das operações feitas pelos investidores estrangeiros no mercado local está positivo em R$ 421 milhões, até o dia 17. Ou seja, os estrangeiros têm mais comprado do que vendido ações brasileiras.
"A Bovespa teve uma semana de fortes ganhos, impulsionada principalmente pela renovação da perspectiva do rating do Brasil de estável para positiva. O fluxo estrangeiro dos últimos pregões já mostra uma mudança dessa perspectiva, o que contribui para Bovespa renovar mais recordes históricos até o final do ano", segundo avaliação da Link Corretora.
Na semana passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor's decidiu revisar a perspectiva da nota soberana brasileira, de "estável" para "positiva". Isso é um sinal de que a agência pode elevar em breve a nota atribuída ao país.
O Brasil ainda tem uma nota soberana ("BB") dois níveis abaixo do grau de investimento, que é dado aos países que carregam baixíssimo risco de dar calote.


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