São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Endividamento já atinge 42% dos brasileiros, diz LatinPanel

A crise econômica atinge os brasileiros com um nível elevado de endividamento. Cerca de 42% dos brasileiros já têm dívidas para pagar nos próximos 12 meses -11 pontos percentuais acima da média de endividamento da América Latina. As informações são de pesquisa inédita da LatinPanel sobre o consumo na região, com dados de julho deste ano.
De acordo com Ana Cláudia Fioratti, diretora-executiva da LatinPanel Brasil, os dados refletem o movimento de expansão do crédito que a economia brasileira vem passando nos últimos anos, puxada pela estabilização do real. O estudo leva em consideração dívidas no cartão de crédito, empréstimos bancários, compras parceladas e até o crédito informal, em pontos de venda, por exemplo.
Para Fioratti, o nível de endividamento em 42% é positivo para a economia, pois demonstra um aquecimento do consumo. No entanto, requer certa cautela, pois a conjuntura econômica é de risco.
Em julho, cerca de 47% dos brasileiros tinham a intenção de contrair dívidas para consumir algum produto nos próximos 12 meses. A crise financeira pode mudar esses dados, e a expansão pode ser menor do que a esperada.
A previsão de Fioratti é que o consumo no Brasil em 2008 mantenha os níveis registrados no ano passado. Segundo ela, a expectativa do varejo era de compensar a retração sazonal do consumo nos quatro primeiros meses do ano no segundo semestre.
"Em maio, junho, julho e agosto tivemos uma expansão no consumo. Mas depois vieram as notícias negativas da economia, que mudaram o cenário. No final das contas, teremos uma estabilização do consumo em relação a 2007", diz.
Para 2009, a diretora-executiva da LatinPanel não arrisca projeções. Para ela, a manutenção da economia aquecida depende, principalmente, se a crise vai afetar os empregos.
"Nas famílias das classes C e D o desemprego é o fator mais importante na decisão de tomar crédito para o consumo."

Paris quer mais turista brasileiro na crise

O diretor-geral do escritório de Turismo de Paris, Paul Roll, veio ao Brasil nesta semana acompanhado de empresários de 24 empresas francesas do setor para estreitar o relacionamento com as agências de viagens brasileiras.
Segundo Roll, Paris está de olho no Brasil. Hoje, a cidade recebe 400 mil turistas brasileiros por ano, mas quer duplicar esse número até 2020. O setor quer atrair visitantes de países emergentes para compensar a retração no número de turistas europeus e americanos que viajam a Paris.
"Uma cidade como Paris, que tem no turismo seu setor econômico mais importante, não pode ficar esperando o turista chegar. Tem que viajar para apresentar a cidade a outros países. E o Brasil é um mercado interessante, porque muitas pessoas hoje têm a oportunidade de viajar pelo desenvolvimento econômico do país", afirma Roll.
Para ele, a recente desvalorização do real ante o dólar não deve reduzir o número de pacotes de viagens para a capital francesa.
"Tivemos uma redução de 12% nos preços de hotéis e serviços turísticos em Paris pela queda na taxa de ocupação. Isso faz com que os preços para os brasileiros se mantenham os mesmos de antes da mudança cambial."

PAQUERA
Depois de o noivado com o Bradesco não ter dado muito certo, agora é o Banco do Brasil que está arrastando uma asa para o Citibank brasileiro. Comenta-se que os dotes a serem apresentados pelo BB são irrecusáveis.

CHOCOLATE
Até outubro, a Nestlé Brasil produziu 130 mil toneladas de chocolate no ano. O Brasil é o maior mercado para chocolates da marca.

EXTRAORDINÁRIA
Será realizada, nos dias 3 e 4, uma edição extraordinária do Fórum Nacional, presidido pelo economista João Paulo dos Reis Velloso, no BNDES, no Rio. O evento, que está incluído nas comemorações dos 20 anos da instituição, abordará saídas para a crise e o desenvolvimento cultural do Brasil. Participam o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), Alessandro Rebucci, economista-chefe-adjunto do BID, o ex-BC Affonso Celso Pastore e outros.

HISTÓRIAS
Marcelo Cherto, presidente e fundador do grupo Cherto, lança, no dia 2, em São Paulo, o livro "Somos Todos Vendedores" (Editora Saraiva, 158 págs.), em que conta, em 40 capítulos, histórias reais que formam um romance sobre vendas. No livro, Cherto, que trouxe o conceito de franchising ao Brasil, dá dicas para aprimorar as vendas. O prefácio é de Luiz Galebe, fundador e presidente do Shop Tour.

DE MADEIRA
O Madeira 2008, evento internacional sobre desenvolvimento econômico sustentável da indústria de base florestal e de geração de energia, será realizado nos dias 10 e 11 de dezembro, em Porto Alegre. Estarão presentes dirigentes do setor de base florestal como Antônio Maciel, da Suzano, e outros. O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, fará a abertura do evento.

TELEFONE
A Oi prevê fechar 2008 com investimentos de R$ 400 milhões em qualidade. Entre os esforços da companhia está a adequação às novas regras do SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor). O call center que atende a empresa aumentou em cerca de 20% o número de operadores, coordenadores e supervisores. O trabalho incluiu treinamentos e eventos.

MAIS UM GOLE
Para o Natal, a marca Johnnie Walker investiu em um novo modelo de negócios para seu uísque mais caro. Pela primeira vez no país, o Johnnie Walker Blue Label terá um espaço conceitual de venda direta ao consumidor, no shopping Cidade Jardim, até 25 de dezembro, com todas as variações já lançadas pela marca, onde vai oferecer degustações e embalagens luxuosas.

NEGÓCIOS NA MESA
O chef Erick Jacquin, do restaurante La Brasserie Erick Jacquin, que inaugurou uma sala para reuniões empresariais para até 50 pessoas com equipamento de projeção e de som; a sala, que fica no mezanino do restaurante, ocupa a antiga adega da importadora Expand, que foi deslocada para um espaço menor

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI



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