São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2008

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CSN é acusada de não pagar US$ 105 mi de matéria-prima

DA BLOOMBERG

A Glencore, a maior trading de commodities do mundo, entrou com uma ação na Justiça americana acusando a siderúrgica brasileira CSN de desistir e não pagar US$ 105 milhões por três carregamentos de matérias-primas entre julho e agosto. Segundo a empresa suíça, que cobrava US$ 36 milhões de indenização, já houve um acerto entre as duas companhias.
"As atividades comerciais normais foram retomadas", disse, em comunicado, a Glencore. Segundo a ação ingressada no dia 19 deste mês na Justiça de Indianápolis (EUA), a CSN se recusou a aceitar ou pagar três carregamentos de coque metalúrgico. No tribunal, não há nenhuma informação de acerto entre as empresas. Procurada, a CSN afirmou que não comentaria o caso.
A Glencore é a principal acionista da Xstrata, a mineradora anglo-suíça que foi alvo da Vale até março deste ano. A disputa com a empresa brasileira pelos direitos de comercialização dos produtos da Xstrata foi considerada o principal entrave para que o negócio não ocorresse.
A CSN teve uma queda de 94,3% no seu lucro entre julho e setembro (período em que foi realizado o negócio com a Glencore) na comparação com os mesmos meses do ano passado. No terceiro trimestre deste ano, ela obteve lucro de R$ 39,6 milhões. A siderúrgica atribuiu a redução dos ganhos a uma perda de R$ 1,3 bilhão com um derivativo ligados a ações.
No balanço do terceiro trimestre, a CSN também cita o cenário de incerteza. Para ela, apesar dos resultados favoráveis registrados pela indústria automobilística, há perspectiva de arrefecimento das vendas e da produção de veículos no país. Na parte de linha branca (como geladeiras), diz que as restrições de crédito, a alta taxa de juros e o câmbio volátil podem afetar o consumo.
Com a desaceleração da economia global, a demanda por metais está caindo, derrubando os preços das matérias-primas. As vendas para o mercado externo de laminados e semi-acabados pelas usinas brasileiras caíram 26,4% no mês passado em relação ao mesmo período de 2007, de acordo com o Instituto Brasileiro de Siderurgia.
O preço do coque chinês recuou 52% depois de atingir o pico deste ano, em julho. Já os preços das chapas de aço recuaram 20% nos EUA neste mês.

Colaborou a Redação



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